O diretor do Gabinete de Investigação da Georgia, Vic Reynolds, disse que o tiroteio aconteceu na sexta-feira à noite à porta de um restaurante e foi filmado pelas câmaras de segurança e por telemóveis de testemunhas. E assegurou que as imagens iriam hoje ser partilhadas.
O homem baleado foi identificado como Rayshard Brooks, de 27 anos. Segundo a polícia os vídeos mostram que o homem tentou lutar com os agentes quando o tentaram prender e que conseguiu tirar um “taser” (arma que emite uma descarga elétrica) a um deles.
A polícia foi chamada ao local devido a uma queixa de que um homem estava a dormir dentro de um carro num restaurante “drive-thru” (comprar comida sem sair do carro) e a bloquear a passagem de outras viaturas.
O homem terá depois tentado fugir e foi alvejado quando se voltou e terá apontado o “taser” ao agente.
O subchefe da polícia de Atlanta, Timothy Peek, explicou aos jornalistas que os agentes pegaram nos “tasers” para tentar subjugar o homem, mas que não conseguiram “parar a agressão e a luta”. O procurador da comarca de Fulton, Paul Howard, disse que já foi iniciada uma investigação “intensa e independente” do caso.
Menos de 24 horas depois, e de acordo com o The New York Times, a presidente da câmara da cidade, Keisha Lance Bottoms, anunciou que a chefe da polícia de Atlanta, Erika Shields, demitiu-se.
O caso acontece numa altura de grande tensão nos Estados Unidos da América relacionada com a brutalidade policial, após a morte pela polícia de George Floyd, em Minneapolis, em 25 de maio. Atlanta foi uma das cidades, na sequência do caso, onde multidões estiveram nas ruas em protesto.
Hoje centena e meia de pessoas juntou-se à porta do restaurante, um número estimado por Gerald Griggs, advogado e vice-presidente da NAACP de Atlanta. A NAACP é a Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (National Association for the Advancement of Colored People).
As pessoas querem saber porque foi Rayshard Brooks morto quando estava apenas a dormir do lado do passageiro e não fez nada, disse o advogado, citado pela agência de notícias Associated Press.
Apesar de Brooks ter lutado com os agentes, Griggs afirmou: “Eles podiam ter usado força não letal”.
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