“Devido aos constantes bombardeamentos russos, estamos a retirar os pacientes dos hospitais de Kherson”, disse Yaroslav Yanushevich, chefe da administração militar de Kherson, na sua conta da rede social Telegram.
Hoje, pelo segundo dia consecutivo, uma intensa vaga de mísseis atingiu a cidade recentemente libertada de Kherson, numa escalada de violência desde que as forças russas se retiraram da região, há duas semanas, após uma ocupação de oito meses.
Esta vaga ocorre no momento em que a Rússia intensifica o bombardeamento da rede elétrica da Ucrânia e outras infraestruturas civis críticas, numa tentativa de pressionar as autoridades de Kiev.
Yaroslav Yanushevych disse ainda que os ataques de bombardeamentos russos em Kherson mataram 10 civis e feriram outros 54 na quinta-feira, com dois bairros da cidade ainda “sob fogo massivo de artilharia”.
As forças militares na região já tinham avisado ter indicações de que Kherson enfrentaria ataques intensificados à medida que as tropas russas avançavam pelo rio Dnieper.
Dezenas de pessoas ficaram feridas nos ataques que atingiram prédios residenciais e comerciais, incendiando alguns, e provocando uma destruição geral em alguns bairros residenciais.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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