O canal de televisão relata a situação e adianta que a denúncia já chegou à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e ao Ministério Público.
Atuais e ex-funcionários ouvidos no âmbito da reportagem denunciam que eram impelidos a aligeirar sintomas ou o caso de doentes, para que os algoritmos da Triagem de Manchester dessem uma cor de pulseira verde em vez de amarela, por exemplo, para que os tempos máximos de espera não fossem ultrapassados. A Triagem de Manchester define, através de cores, a prioridade dos doentes em urgência.
O incumprimento dos tempos de espera pode fazer o hospital incorrer em penalizações financeiras.
“É o que consta do contrato entre a entidade gestora do Hospital de Cascais - o grupo privado Lusíadas - e o Estado. Tal como os outros hospitais com parcerias público-privadas (PPP), as urgências em Cascais são pagas com base na disponibilidade do serviço, o que implica cumprir os tempos de espera”, recorda a reportagem.
A SIC, que também ouviu doentes tratados na instituição, dá ainda conta de suspeitas de acrescento de informação clínica nas fichas dos doentes, alegadamente para aumentar a severidade e as comorbilidades dos utentes.
Isto serviria para influenciar o financiamento que o hospital recebe, que é calculado através do “case-mix”, um índice de ponderação da produção de um hospital que reflete a maior ou menor complexidade das situações.
As suspeitas estão a ser avaliadas pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e pelo Ministério Público, entidades a quem um grupo de atuais e antigos profissionais do hospital fez queixa, refere a SIC.
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