Em declarações aos jornalistas na Estufa Fria, em Lisboa, à entrada para um jantar de comemoração do 3.º aniversário de Carlos Moedas à frente da Câmara Municipal de Lisboa, Hugo Soares reagiu às declarações de Pedro Nuno Santos, que considerou hoje que a ministra da Administração Interna já mostrou em diferentes momentos a “inaptidão para as funções”.
O também líder parlamentar do PSD frisou que Pedro Nuno Santos fez parte de um Governo que “teve, num ano, cerca de 13 demissões” e acrescentou que o próprio, enquanto ministro das Infraestruturas e da Habitação de António Costa, foi precisamente “um dos problemas” com que o ex-primeiro-ministro socialista se deparou.
“Queria também lembrar que, para lá das 12 demissões no espaço de um ano das equipas do doutor António Costa, para lá de uma dessas demissões da equipa ter sido ele próprio, ele próprio, na sua equipa, teve de demitir o secretário de Estado aquando do caso da TAP, de má memória para todos os portugueses”, disse, considerando que Pedro Nuno Santos “não deve atirar atoardas para o ar como se estivesse cheio de razão”.
“Ele próprio foi um problema de uma equipa, ele próprio teve problemas na sua equipa e este Governo não tem nenhum problema na equipa”, vincou.
Questionado se não reconhece que Margarida Blasco tem problemas de comunicação, Hugo Soares respondeu: “Não sei, não faço ideia se há algum problema de comunicação ou não com a senhora ministra da Administração Interna”.
“O que eu sei é que foi esta ministra da Administração Interna que resolveu os problemas que o anterior Governo não foi capaz de resolver: (…) acabou com a injustiça, com a iniquidade que havia entre a diferença do subsídio de risco da Polícia Judiciária e das forças e serviços de segurança da PSP e da GNR”, afirmou.
Hugo Soares reiterou que é preciso valorizar o trabalho que Margarida Blasco tem feito para “resolver os problemas” nas forças e serviços de segurança, sustentando que é preciso dotá-las “de melhores meios, estar ao lado deles no combate à criminalidade e, ao mesmo tempo, ver as suas carreiras e as suas remunerações valorizadas”.
“Foi o que o anterior Governo não fez, foi o que esta ministra fez”, defendeu.
Interrogado, contudo, se não considera que houve um volte-face quanto à questão do direito à greve, Hugo Soares disse que não sabe se “houve um vai e vem”, mas sabe que a ministra “manteve aquilo que está no programa do Governo e aquilo que é a palavra do Governo”.
“O Governo fala pela voz do primeiro-ministro, dos seus ministros, mas acima de tudo o Governo cumpre o programa do Governo e o programa do Governo é o que vale a valerá sempre no contrato de confiança que temos de ter com os eleitores”, frisou.
Questionado se considera que este episódio fragiliza Margarida Blasco, Hugo Soares respondeu que “o que poderia fragilizar ou não a senhora ministra é não executar o programa do Governo e não valorizar as forças do serviço de segurança”.
O secretário-geral do PSD frisou que a ministra da Administração Interna já “teve a ocasião de dizer o que estava no programa do Governo quanto ao direito à greve, que não se coloca” e, questionado porque é que Margarida Blasco falou sobre o assunto se não se coloca, respondeu: “Aquilo que importa é a posição final do Governo e a que está no programa do Governo”.
“O que importa aos portugueses lá em casa é saber se a ministra cumpre ou não cumpre o seu papel e se melhora ou não a vida das pessoas. E pergunte às forças e aos serviços de segurança, aos PSP e GNR, se estão melhor hoje ou com o Governo do doutor António Costa”, disse.
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