Em declarações aos jornalistas no final da intervenção no 37.º Congresso Nacional do PSD, na qual Montenegro anunciou que vai deixar o parlamento a 05 de abril, Hugo Soares apontou que ficou “evidentemente surpreendido”, uma vez que “não sabia”.
“Fiquei sobretudo com pena, Luís Montenegro era dos principais ativos do PSD”, considerou.
“Não faço comparação entre deputados, mas creio que poderei dizer, e ninguém levará a mal, que é entre nós um dos melhores”, dado que “foi líder parlamentar durante seis anos, foi o líder parlamentar com mais anos de liderança no grupo parlamentar do PSD”, e afirmou-se como “um grande líder parlamentar”, salientou Hugo Soares.
Assim, a saída de Luís Montenegro constitui “uma perda para o partido no parlamento”.
Elencando ter tido “oportunidade de trabalhar com ele quatro anos, como vice-presidente do grupo parlamentar”, e que conhece “muito bem” Montenegro, o seu sucessor na liderança da bancada social-democrata lamentou também “perder um amigo no parlamento”.
“Mas o Luís Montenegro disse aquilo que era preciso dizer, que continuará a fazer aquilo que ele melhor sabe” e por isso “continuará no combate político connosco”, observou.
Luís Montenegro anunciou hoje, no 37.º Congresso Nacional do partido, que vai deixar a Assembleia da República a 05 de abril, 16 anos depois de ter tomado posse, e prometeu ao partido que poderá no futuro disputar a liderança.
“Conhecem a minha convicção e a minha determinação, se for preciso estar cá, eu cá estarei, para o que der e vier, sem receio de nada e sem estar por conta de ninguém, sou totalmente livre”, afirmou perante o congresso, na intervenção mais aplaudida de hoje.
Pouco depois, em entrevista à TVI24 após discursar, o ex-líder parlamentar do PSD afirmou que tomou esta decisão a 13 de janeiro, data das eleições para a liderança do partido, e que o fez sozinho.
O deputado afirmou que não partilhou “com ninguém” a decisão de deixar o parlamento.
“Tomei-a sozinho”, disse, acrescentado que não consultou o presidente cessante Pedro Passos Coelho, “nem os colegas” de bancada, e “nem em casa”, uma vez que há decisões que dependem “da personalidade de cada um”.
Questionado sobre se poderá chegar a hora de Luís Montenegro se candidatar à liderança do partido, Hugo Soares advogou que se chegar “que seja quando ele já for muito velhinho, porque é sinal que o doutor Rui Rio vai ser primeiro-ministro muitos anos”.
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