“Neste momento não consigo fazer balanço definitivo, mas posso dizer que nestes últimos três dias e, que continua, o cônsul geral e um funcionário do consulado, em articulação com o chefe de ligação do Ministério da Administração Interna estão a fazer, literalmente, de porta a porta esse reconhecimento”, disse José Luís Carneiro, em entrevista telefónica à agência Lusa.
O secretário de Estado mostrou-se “confiante de que vai ser possível estabelecer contacto com todos os portugueses” que se encontram na cidade da Beira, apesar de reconhecer que se trata de um levantamento “difícil pois muitos dos cidadãos deixaram as suas casas e estão em casa de amigos, familiares, vizinhos ou residenciais e hotéis”.
José Luís Carneiro adiantou ainda à Lusa que o dia de hoje já trouxe “informações positivas para o funcionamento dos serviços consulares”, anunciando que já foi garantida a energia elétrica em parte do consulado, nomeadamente, aquela que estava ocupada para funções do Instituto Camões.
“É muito importante a reposição da energia elétrica porque vai permitir acolher várias equipas que se vão especializar no serviço de apoio à comunidade portuguesa”, frisou o governante, acrescentando que foi, igualmente, possível repor as vias telefónicas e a Internet no edifício.
O responsável adiantou que a linha telefónica disponível no consulado “pode ser agora utilizada por quem precise”, acrescentando que o consulado já teve a visita de dois empreiteiros portugueses para avaliar os estragos no edifício e que já há material para repor o telhado.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas encontra-se na cidade da Beira desde a passada quarta-feira, dia 20 de março.
O balanço provisório da passagem do ciclone Idai em Moçambique voltou hoje a aumentar, subindo para 417 mortos.
A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.
Mais de uma semana depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.
Portugal é um dos países que enviaram técnicos e ajuda para Moçambique, com dois C-130 da Força Aérea e dois aviões comerciais fretados pelo Governo e pela Cruz Vermelha Portuguesa.
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