O líder da Iniciativa Liberal afirmou hoje que a interrupção da reunião de sexta-feira do Conselho de Estado é um exemplo do impacto do Governo socialista no país, em que “fica tudo a meio caminho”.

   “Eu creio que o Conselho de Estado, por aquilo que foi comunicado, foi interrompido. Aparentemente, o primeiro-ministro tinha de se deslocar e, portanto, acabou por não poder concluir. E eu creio que é mesmo esse o exemplo do impacto que  António Costa e o Governo socialista têm no país: fica tudo sempre a meio caminho, fica tudo interrompido”, disse Rui Rocha.

 “E o Conselho de Estado não é, de facto, uma coisa diferente. Tem sido esse o contributo de António Costa: interromper o crescimento, interromper a discussão, interromper o desenvolvimento do país. É um bom exemplo aquilo que aconteceu ontem no Conselho de Estado”, acrescentou o líder da IL, que falava aos jornalistas no mercado do Livramento, em Setúbal.

  Questionado sobre a Comissão de Inquérito à TAP, o presidente da IL classificou o relatório final como “uma farsa”.

  “Toda a gente viu o que aconteceu. Por muito que o relatório que o PS quis apresentar, e que aprovou sozinho, tenha tentado criar uma versão alternativa dos factos. Mas os portugueses viram o que aconteceu na comissão de inquérito da TAP e, portanto, essas conclusões estão tiradas. O relatório foi uma farsa. Os portugueses sabem o que aconteceu na TAP”, disse.

   “O que é preciso saber agora é “se a TAP vai, ou não, ser privatizada, em que condições, com quem, e qual o futuro da TAP. É isso que, neste momento, é urgente esclarecer. E, mais uma vez, o primeiro-ministro, quer relativamente ao relatório, quer relativamente ao que aconteceu na comissão de inquérito da TAP, quer relativamente ao futuro da TAP, não responde. Mas isso é uma particularidade do primeiro-ministro. O primeiro-ministro ou não responde, ou quando responde, mente”, afirmou.

   Na visita a Setúbal, integrada na iniciativa da IL Rotas Liberais, Rui Rocha referiu-se também à situação no Ministério da Defesa, que levou à demissão do secretário de Estado Marco Capitão Ferreira, e que disse ser “uma história muito mal contada”.

   “A Iniciativa Liberal, desde o princípio, desde há muito tempo, disse que Marco Capitão Ferreira não era uma pessoa indicada para estar no governo. Ainda assim, a insistência de o levar para o governo - agora sabemos em que condições. E sabemos, por exemplo, que foi Alberto Coelho, que hoje está indiciado pela prática de crimes ligados à gestão da defesa, que indicou, ainda antes do processo, Marco Capitão Ferreira para o governo”.

  “Parece que era Alberto Coelho quem mandava na defesa e não o ministro Cravinho. Ora, nós não podemos ter um ministro que sucessivamente é ultrapassado pelos acontecimentos, que se deixa manipular, que se deixa envolver, ainda por cima em histórias que são tão duvidosas”, disse Rui Rocha.

 O líder da IL não compreende, por isso, porque razão António Costa insiste em manter no Governo alguns ministros envolvidos em polémicas como João Cravinho, mas também João Galamba e Maria do Céu Antunes.

  “Como é que um primeiro-ministro quer gerir o país, se não consegue gerir a sua equipa? Como é que tem pessoas tão duvidosas, tão fragilizadas, com um envolvimento em processos tão escuros, e insiste em manter essas pessoas no seu governo?”, questionou.