No dia em que o primeiro-ministro, António Costa, estará no parlamento para o debate preparatório do Conselho Europeu, os liberais voltam a apresentar um projeto de resolução sobre este tema, explicando à agência Lusa o líder parlamentar da IL, Rodrigo Saraiva, que a União Europeia “está a pedir aos estados membros que endureçam a sua relação e se protejam melhor nas suas relações com a China”.
“Nós somos o único país da União Europeia que ainda permanece com estes acordos de extradição com a República Popular da China e com Hong Kong”, criticou.
O deputado da Iniciativa Liberal recordou que, quando em 2020 o projeto de resolução com o mesmo propósito foi chumbado, o PS “argumentou que votava contra porque a política de diplomacia portuguesa tinha que estar em linha com a União Europeia”.
“Posteriormente, o Parlamento Europeu já aprovou uma resolução onde insta o seu pedido no sentido dos restantes 10 tratados de extradição de estados membros com a china serem suspensos. Depois desta resolução já voltamos a submeter este projeto e o PS voltou a chumbar”, condenou.
Segundo Rodrigo Saraiva, a insistência dos liberais neste tema — cuja intenção tinha sido anunciada nas jornadas parlamentares do início deste mês — prende-se com o “crescendo de ataques àquilo que são os direitos humanos na China”.
“Se no quadro dos direitos humanos é óbvio que não é possível a um país democrático, a um país assente nos valores e nos princípios de uma democracia ter acordos de extradição com estados como a República Popular da China, há também todo um quadro político que justifica e que demonstra, não só hoje como já desde há algum tempo, que não é possível a um país da União Europeia manter acordos de extradição com a China e com Hong Kong”, justificou.
A “única razão” que a IL encontra para este posicionamento de Portugal é “falta de coragem”, apontou o liberal.
“É mais uma vez o PS a faltar à verdade, a não assumir as suas razões. Nós podemos discordar das razões que vierem a anunciar, mas pelo menos assumam o que é porque enquanto não as assumirem a única coisa que fica patente é que o Estado português está numa posição de subserviência com a República Popular da China”, acusou.
Assumindo que, “sobre este tema ou sobre tantos outros”, a esperança de que primeiro-ministro “responda é sempre pouca”, Rodrigo Saraiva garante que a IL vai insistir.
“Nestas raras aparições que o senhor primeiro-ministro se digna a fazer na Assembleia da República iremos sempre questioná-lo mesmo que ele não goste, mesmo que ele se irrite. Quando estão em causa direitos humanos a Iniciativa Liberal não se acobarda”, assegurou.
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