Em declarações à agência Lusa à margem da iniciativa “Rotas Liberais”, que decorre em Cascais, distrito de Lisboa, João Cotrim Figueiredo considerou que, no caso das alegadas incompatibilidades de membros do Governo, o chefe de Estado não devia ter pedido ao parlamento uma alteração da lei “à pressa, como se estivesse a querer exonerar os visados com alterações à lei para a tornar mais agradável a essas pessoas, nem devia ter exigido que isso fosse feito numa altura em que há demasiados casos na praça pública”.

“Acho que já são demasiadas as circunstâncias em que o Presidente da República tinha tido a oportunidade de fazer aquilo que disse no seu discurso do 05 de Outubro, que era sermos exigentes com os poderes públicos. Acho que o primeiro a ter que ser exigente consigo próprio é o detentor do mais alto cargo da nação, exigindo que a utilização dos poderes do Governo fosse feita com muito mais rigor e com muito mais utilidade para a vida concreta das pessoas”, criticou.

Na análise do líder liberal, foi a tentar “resolver casos atrás de casos em cima do joelho que se chegou a essa situação de uma lei que ninguém entende”, considerando que o pedido de Marcelo Rebelo de Sousa para o parlamento revisitar “à pressa” a lei das incompatibilidades “não faz sentido e faz referência a legislação que está revogada”, pelo que foi tudo “um pouco atabalhoado”.

Questionado sobre os ajustes diretos assinados entre a Câmara Municipal de Lisboa, quando Fernando Medina era presidente, e a sociedade de advogados Linklaters, Cotrim Figueiredo disse que o partido está a “tentar perceber exatamente o que é que está em causa” porque só conhece o tema pelos jornais e não se quer pronunciar em concreto sobre o caso.

“Esta é mais uma situação na sequência de várias que nas últimas semanas têm vindo a lume sobre incompatibilidades e, portanto, isto revela bem que estas situações, mesmo que venham a ter do ponto de vista legal o respetivo enquadramento, levantam muitas dúvidas éticas”, considerou.

Na opinião do presidente da IL, estas questões éticas fazem “muito pouca diferença à prática política porque o PS está habituado a passar por cima destes temas, ainda mais agora com maioria absoluta”.

“São acusados, arranjam uma manobra de propaganda para que o assunto saia das parangonas e passam à crise seguinte. Quero dar aos portugueses a confiança de que é possível fazer com que o PS deixe de dominar quer a máquina pública, quer de passar por entre os pingos da chuva destes casos todos de incompatibilidade”, afirmou.

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