Do total de estrangeiros a viverem em Portugal, 44 % tem entre os 25 e os 44 anos, faixa etária que corresponde a 28 % dos residentes nacionais. Dos imigrantes em Portugal, 12 % tem entre 30 e 34 anos.
Já os imigrantes com 65 ou mais anos são 8 %, em contraste com os 25 % de residentes portugueses nessa faixa etária.
As mulheres (51 %) representam mais de metade da população estrangeira residente, embora abaixo do peso das mulheres portuguesas (52,5 %), segundo um estudo da Pordata que faz um retrato das migrações em Portugal entre 2011 e 2021.
A população estrangeira residente em Portugal é maioritariamente originária do Brasil (37 %), seguida de Angola (6 %), Cabo Verde (5 %), Reino Unido (5 %) e Ucrânia (4 %).
Foram também os brasileiros a comunidade imigrante que mais aumentou em termos relativos nos últimos 10 anos (mais nove pontos percentuais) seguindo-se o Nepal, a Índia, Itália e o Bangladesh.
Em sentido oposto, na última década os imigrantes de Cabo Verde, Ucrânia, Roménia, Moldova e Guiné-Bissau foram os que perderam maior peso relativo.
Comparativamente a 2011, diminuiu o peso relativo de estrangeiros do continente europeu, de 37 % para 28 %, e do continente africano, de 26 % para 18 %. Pelo contrário, aumentou a expressão de estrangeiros que chegam a Portugal da América, de 31 % para 41 %, e da Ásia, de 06 % para 12 %.
No ano passado, de acordo com os números dos Censos, analisados pela Pordata, viviam em Portugal 542.165 cidadãos de nacionalidade estrangeira, o equivalente a cerca de 5 % da população residente, um aumento de 148 mil, face há 10 anos.
Esse número duplica para mais de um milhão quando são consideradas as pessoas de naturalidade estrangeira residentes no país, mais de 10 % da população.
“Significa que mais de meio milhão dos residentes em Portugal que nasceram no estrangeiro, ou já tinham ou, entretanto, adquiriram a nacionalidade portuguesa”, analisa o estudo da Pordata.
Quase metade da população estrangeira vive na área Metropolitana de Lisboa, em comparação com os 28 % da população residente total, e 92 % dos imigrantes estão concentrados no litoral do país.
No Algarve vivem 13 % dos estrangeiros em Portugal, a maioria brasileiros, é referido no documento hoje divulgado pela Pordata, no Dia Internacional dos Migrantes.
Na região Centro, na última década, a população estrangeira aumentou quase para o dobro e são agora 95 mil pessoas.
Com exceção do Litoral Alentejano, em que se destacam os cidadãos do Nepal (22 %) e Índia (15 %), e da Madeira, onde a percentagem de nacionais da Venezuela representa 29 % da população estrangeira, os brasileiros são a nacionalidade mais frequente entre a população não portuguesa em todas as 25 unidades administrativas das Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS III).
O Cávado, a Área Metropolitana do Porto, Viseu Dão Lafões e Ave são as NUTS III onde os brasileiros têm maior prevalência na população residente.
Segundo o mesmo estudo, “entre os 10 municípios com maior proporção de estrangeiros no total da sua população residente, nove são algarvios”, sendo a exceção Odemira, no Alentejo, que é também o município que apresenta a maior percentagem de estrangeiros (28 %).
“Nos concelhos de Odemira, Vila do Bispo, Aljezur, Lagos e Albufeira, pelo menos um em cada cinco residentes são estrangeiros”, é referido na informação disponibilizada pela Pordata.
No total, residiam em 2021 em Portugal 271.177 cidadãos nascidos no Brasil, em comparação com os 139.703 de 2011.
Do milhão e 89 mil residentes no país no ano passado, mais de 476 mil viviam na Área Metropolitana de Lisboa.
Dos 10 milhões 343 mil residentes em território nacional no ano passado, nove milhões e 254 mil era população nascida em Portugal.
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