Os autores, Yasmeen Abutaleb e Damian Paletta, escreveram que Trump sugeriu a ideia duas vezes em fevereiro do ano passado, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) não tinha ainda declarado a pandemia de covid-19 e os casos conhecidos do novo coronavírus SARS-CoV-2 estavam concentrados no continente asiático.
“Não somos proprietários de alguma ilha? Porque não Guantánamo? Importamos bens, não vamos importar um vírus”, disse o ex-Presidente, durante uma reunião na sala de crise da Casa Branca, com assessores e responsáveis.
Os dois jornalistas do Post recriaram a situação no novo livro a partir de entrevistas com mais de 180 pessoas, algumas das quais responsáveis do Governo dos EUA e funcionários da saúde.
De acordo com o livro, o resto das pessoas na sala reagiu com estupefação à ideia de Trump, “preocupadas com o efeito que iria gerar colocar em quarentena os turistas norte-americanos na mesma base das Caraíbas onde o país detém suspeitos de terrorismo”.
O livro, intitulado “Nightmare Scenario: Inside the Trump Administration’s Response to a Pandemic That Changed History” (Cenário de pesadelo: Nos bastidores da resposta da Administração Trump a uma pandemia que mudou a história, numa tradução livre), relatou, com este episódio, processos de decisão “caóticos e muitas vezes grosseiros” na Casa Branca, repletos de “lutas de poder”.
O Washington Post foi um dos grandes jornais americanos que mais criticou Trump durante o mandato e especialmente pela gestão da pandemia.
Atualmente, na base naval de Guantánamo (Cuba) estão apenas 40 dos quase 800 reclusos que chegou a receber, desde a abertura, em 2002, decidida pelo antigo Presidente dos Estados Unidos George W. Bush, em resposta aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Os Estados Unidos são o país no mundo com mais mortos (602.086) e casos de covid-19 (33.553.967).
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