"Em Sintra, o património florestal [afetado] é modesto, foi mato e algumas acácias, não foi mais do que isso", diz Basílio Horta ao SAPO24, sublinhando "uma prevenção muito boa". "A serra estava limpa da nossa parte e portanto, não houve mais do que isso", disse o autarca socialista nos Paços do Concelho, no centro da vila, pelas 02:20 deste domingo.
"As condições foram muito negativas para o incêndio, porque o vento era quase ciclónico e progrediu a uma velocidade enorme." "É preciso lá estar" para se perceber como as chamas terão progredido.
"O vento era uma coisa... Um ciclone, quase, uma pessoa dificilmente estava em pé, porque o vento levava-nos", diz o autarca, que esteve junto da frente de fogo nas primeiras horas. "Foi um vento tremendo que empurrou as chamas a uma velocidade enorme, não havia nada a fazer".
O autarca diz que a situação em Sintra é "grave", mas diz que por volta das 2:20 já não havia fogo naquele concelho do distrito de Lisboa. "Não quer dizer que não volte se o vento mudar, mas está tudo prevenido, temos gente, temos equipamento, temos tudo pronto para responder se isso acontecer".
Basílio Horta diz também que a autarquia sintrense está a trabalhar "em conjunto com Cascais, que agora é o problema".
Questionado se parte da paisagem protegida poderá ter sido afetada pelas chamas, Basílio Horta diz "com certeza que sim". "Aquela zona é inscrita, e de certeza que foi afetada pelo incêndio, mas não dramaticamente", pelo menos no concelho de Sintra.
"O coberto florestal próprio da paisagem cultural não sofreu nenhum dano, nem o próprio convento [da Peninha]", na zona onde terá deflagrado o incêndio. "É interessante porque o sítio onde o fogo começa é em Cascais", explica o autarca.
O dispositivo de prevenção na serra de Sintra antes do incêndio incluía fiscalização do Regimento de Comandos de Queluz, GNR e dos Sapadores do município. "Isso foi muito importante", garante Basílio Horta, "porque quando o incêndio começa é imediatamente atacado. Às 22:30 estavam lá 44 homens, assim que o incêndio começou."
"Os terrenos, em Sintra, não são da câmara, não sei se são privados ou públicos entregues à gestão da Parques de Sintra Monte da Lua", esclarece ao SAPO24. "Temos muitos terrenos privados na serra, mas creio que a maioria ainda é pública", diz.
O autarca garante que tanto a câmara como a Parques de Sintra Monte da Lua têm feito a limpeza dos terrenos: "fizemos várias iniciativas, vários investimentos — e até em terrenos privados. Entrámos em terrenos privados e limpámos, os privados também limparam", diz. "Se me pergunta se estava tudo limpo, não lhe sei responder, porque não posso saber isso. Mas que a nossa parte, da câmara, estava, estava".
"É estranho um fogo nascer na serra às 22:30, logo quando não há meios aéreos, mas agora temos de apurar o que aconteceu".
Segundo o autarca, o incêndio terá começado num "casebre a sul do convento [da Peninha]", em Cascais, alastrando depois ao concelho de Sintra.
O incêndio deflagrou cerca das 22:50 de sábado na serra de Sintra, numa zona de mato, e mobilizava cerca da 02:50 558 bombeiros e 164 meios terrestres, segundo o site da Autoridade Nacional da Proteção Civil.
A zona do convento da Peninha situa-se no perímetro do Parque Natural de Sintra-Cascais, numa área muito exposta aos ventos marítimos.
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