“É uma decisão que vem ao encontro do que pretendíamos, porque há várias pessoas que ainda não apresentaram as suas candidaturas, umas por dificuldade em reunir os documentos para o processo e outras porque deixaram tudo para a última hora”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Monchique, Rui André.

O prazo inicial tinha sido estabelecido para 30 de setembro, mas o Ministério da Agricultura decidiu estendê-lo após pedidos da Câmara de Monchique, da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Algarve e da Cooperativa dos Agricultores de Monchique, lê-se num comunicado divulgado pelo Governo.

Em declarações à margem da apresentação de uma ação solidária de apoio à reflorestação da área ardida na serra de Monchique, o autarca sublinhou que “são várias as pessoas que ainda não reuniram a documentação toda, porque para poderem candidatar-se têm que reunir um conjunto de documentos, como a legalização de propriedade das construções afetadas, documentos que levam algum tempo”.

Para Rui André, o Governo tem demonstrado “grande abertura no tratamento dado ao caso das pessoas afetadas pelo fogo em Monchique, e o mesmo se espera que esse apoio se estenda aos agricultores e produtores florestais”.

“Seria de todo importante que o Governo crie no concelho de Monchique uma extensão rural que dê apoio aos agricultores e aos produtores florestais nesta fase importante de reflorestação e de acompanhamento do renascer destas zonas ardidas bem como à questão dos animais”, destacou.

Segundo o autarca, a proximidade de uma extensão rural, “é deveras importante porque há um conjunto de pessoas que vive da agricultura de subsistência dos animais e existem casos de pessoas que ficaram de fora dos apoios porque não têm os animais registados”.

“Reconheço que o erro está do lado das pessoas que não tinham os animais registados mas, olhando para o futuro, entendo que se crie um gabinete técnico, através do Ministério da Agricultura com o apoio da autarquia, para auxiliar ao registo dos animais, colo aliás já existiu no concelho”, concluiu

A reflorestação da serra de Monchique tem tido o apoio de várias entidades e empresas privadas na organização de ações solidárias de recolhas de fundos, às quais se juntou o Forum Algarve, entidade que vai destinar um euro por cada entrada paga na pista de gelo montada no centro comercial em Faro ao longo de mais de um mês.