![Incêndios: António Costa diz que donativos poderão ser usados para ajudar a reconstruir segundas habitações](/assets/img/blank.png)
"Para a revitalização de toda a economia e de toda a sociedade de muitos destes concelhos essas segundas habitações são realidades também importantes. Do ponto de vista legal, nós temos aqui muitas dificuldades de agir - muitas delas não estão cobertas por seguros - e, portanto, a reorientação desses apoios privados para essa realidade pode ser uma forma de o fazer neste momento", afirmou António Costa.
As segundas habitações, frisou, "não são simples casas de veraneio", referindo que muitos descendentes deslocam-se ao território onde cresceram ou nasceram "semanalmente e nos momentos de festa", tendo um papel "muito importante" na dinâmica social de muitos dos territórios afetados.
António Costa constatou que vários autarcas já chamaram a atenção para essa realidade, especialmente o presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra, concelho que o líder do executivo visitou hoje e onde pôde encontrar essa mesma preocupação por parte da população de Vale Serrão, uma pequena localidade do concelho.
Segundo o primeiro-ministro, a solução vai ser discutida com os presidentes dos municípios para se encontrar uma resposta "a essas necessidades".
O primeiro-ministro falava aos jornalistas após a apresentação do modelo de reconstrução das habitações, que decorreu hoje, na Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, onde também destacou a importância das segundas habitações nestes concelhos do interior do país.
Durante a tarde, António Costa visitou Vale Serrão, localidade onde, segundo o município, 48 habitações foram atingidas pelo incêndio de 15 de outubro, uma grande parte de segunda habitação.
As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.
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