A informação do pedido de audições parlamentares foi transmitida à Lusa por fonte oficial do partido.

No Facebook, a deputada do BE Maria Manuel Rola refere que “em março de 2018 o Bloco de Esquerda já alertava para a situação deste e do outro abrigo”.

“A DGAV sempre sacudiu a água do capote, mas como entidade estatal para o bem-estar animal tem de ser responsabilizada e o médico veterinário de Santo Tirso como representante desta entidade no terreno também. É inadmissível o laxismo e passa culpa de anos. Aqui há responsabilidades criminais, mas também políticas. Do poder local e central”, critica a deputada numa publicação na rede social.

A deputada eleita pelo círculo do Porto acrescenta a ligação para uma pergunta entregue pelo BE no parlamento em 24 de março de 2018 sobre a falta de condições de dois abrigos de animais em Santo Tirso, no distrito do Porto.

Também o PAN já anunciou hoje que irá requerer explicações do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, sobre esta matéria e informou que apresentou queixa ao Ministério Público por “crime contra animais de companhia”, depois de ter acusado as autoridades de terem impedido o acesso ao local de populares e organizações não governamentais que pretendiam socorrer os animais por se tratar de propriedade privada.

A Câmara Municipal de Santo Tirso revelou hoje que morreram 52 cães e dois gatos que se encontravam no abrigo atingido por um incêndio com origem em Valongo, lamentando os óbitos e rejeitando uma “instrumentalização política” do sucedido.

“A Câmara Municipal de Santo Tirso lamenta a morte dos 54 animais, 52 cães e dois gatos, que se encontravam no abrigo”, pode ler-se num comunicado enviado à agência Lusa, no qual a autarquia também considera “lamentável que esta situação esteja a ser alvo de instrumentalização política” para denegrir o trabalho do município no campo do bem-estar animal.

A autarquia do distrito do Porto, presidida por Alberto Costa (PS), assinala que “quando o incêndio foi dado por dominado, já de madrugada, e na sequência do período de rescaldo, foi possível retirar com vida 110 cães que se encontravam no abrigo de animais”.

Segundo a câmara, está “em curso um plano para a retirada de outros animais daquele espaço, de forma a garantir todas as condições de tratamento e bem-estar animal”, enquanto 13 animais já foram realojados no Canil/Gatil Municipal.

A GNR já tinha afirmado que a morte de animais no incêndio em Santo Tirso não se deveu ao facto de ter impedido o acesso ao local de populares, mas à dimensão do fogo e à quantidade de animais.

Uma petição a pedir “justiça pela falta de prestação de auxílio aos animais do canil cantinho 4 patas em Santo Tirso”, consumido pelas chamas durante a madrugada de hoje, reuniu já mais de 45.000 assinaturas.

A associação Animal solicitou também hoje ao Governo e ao parlamento que sejam apuradas responsabilidades no caso das mortes de animais naquele abrigo particular em Santo Tirso.