"Estamos completamente isolados e, mais uma vez, me revolto", disse à agência Lusa José Brito, que considera que "é uma vergonha nacional" o que foi feito em relação à rede de fibra ótica e critica a opção de não se utilizarem as calhas técnicas nas estradas nacionais.
A situação, assegura, já reportou no passado ao Governo e sublinha que já lhe tinha sido prometida "uma autoestrada virtual", já que não tem uma autoestrada física.
"Pôs-se [a fibra] na via aérea e já ardeu não sei quantas vezes. Se passasse pelas calhas técnicas (…), a vila nunca teria problemas", realçou, sublinhando que é necessário "pensar seriamente em utilizar as calhas técnicas" das estradas nacionais "para a fibra".
Hoje de manhã, não havia luz nem rede móvel ou fixa em toda a vila, juntando-se alguns carros no cimo da estrada que dá acesso à Pampilhosa da Serra para os habitantes fazerem chamadas.
Também durante o incêndio que fustigou o concelho no domingo e na segunda-feira, o posto de comando teve que se deslocar para "o alto da serra" para poder comunicar, realçou José Brito, que falava à agência Lusa na Câmara Municipal, onde também não havia eletricidade.
"Tivemos decisões em reunião e, para as implementar, temos que sair da Pampilhosa para podermos contactar com entidades e pessoas", notou.
Sem luz e sem internet ou rede, a parte administrativa da autarquia "está parada" e foi dada ordem ao pessoal da Câmara que estava livre para se apresentar "no gabinete de ação social", que está a coordenar os trabalhos no concelho, explanou o autarca.
Para além disso, face à dificuldade de comunicações, José Brito ainda não conseguiu contactar a Ascendi nem a Infraestruturas de Portugal, face a "algumas estradas nacionais que estão tapadas com árvores".
"Os nossos meios andam nas estradas municipais e são muitas. Se pudéssemos, limpávamos também as estradas nacionais, mas não temos meios", contou à Lusa o presidente da Câmara de Pampilhosa da Serra.
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