1. Incêndios florestais na Califórnia geram o primeiro "giga-fogo"
Os incêndios da Califórnia, nos Estados Unidos, atingiram um novo marco nesta segunda-feira: o primeiro “giga-fogo”, um incêndio que se estende por 1 milhão de acres, o que equivale a cerca de 405 mil hectares.
Desde agosto que o estado tem registado vários incêndios. A conflagração está a arder há 50 dias e apenas metade está contida, relata o The Guardian. No total, já arderam cerca de 1,620 milhões de hectares.
Estes incêndios já duplicaram o recorde anual anterior, sendo que cinco dos seis maiores incêndios de sempre ocorreram na Califórnia neste ano. No estado, as temperaturas continuam acima da média esta semana, devido à onda de calor.
Para ler na íntegra no The Guardian
2. Afinal no que é que consiste o plano climático de Biden?
No debate presidencial da semana passada, Trump atacou Biden alegando que este apoiava um Green New Deal. Biden respondeu que, na verdade, apoia o seu próprio plano climático de 2 biliões de dólares (1,6 mil milhões de euros) que tem semelhanças com o Green New Deal, mas também apresenta diferenças. Jeff Berardelli explica detalhadamente num artigo da CBS News no que consiste o plano de Biden e como é que diferem um do outro.
Uma das grandes diferenças está no facto de o Green New Deal ser mais vago do que o plano de Biden no que toca a detalhes sobre como alcançar certos objetivos. E, por isso mesmo, reside uma diferença no valor estimado e no tempo que demorará a realizar: 2 biliões de dólares ao longo de 4 anos do plano de Biden vs cerca de 10 biliões de dólares (8,4 mil milhões de euros) ao longo de 10 anos do Green New Deal.
Uma das questões que os ativistas climáticos acham prioritária é a do fraturamento hidráulico. Esta atividade é uma fonte substancial de empregos e receitas, especialmente no estado da Pensilvânia, onde cerca de 32 mil trabalhadores estão empregados.
Apesar de o Green New Deal não mencionar explicitamente nada sobre isso, está implícito no cronograma para cortar as emissões do setor de energia. Já, Biden disse aos eleitores em julho que o fraturamento "não está em jogo", apesar de ter afirmado que não apoia nenhum novo fraturamento em terras federais.
Para ler na íntegra em CBS News
3. Captura de carbono? Uma realidade que pode estar próxima
Várias empresas (como a Amazon e a Microsoft) e governos estão a começar a investir em tecnologias que visam aprisionar os gases do efeito de estufa, em vez de deixá-los saturar a atmosfera.
Esta ideia é ainda controversa, uma vez que é acusada se der uma distração dispendiosa para impedir que as emissões ocorram, explica o The Guardian.
Contudo, no mês passado, a Agência Internacional de Energia (IEA) disse que era “virtualmente impossível” atingir as metas climáticas globais sem capturar e armazenar as emissões geradas por fábricas, centrais elétricas, transportes e outra fonte. A transição para energias renováveis, como solar e eólica, não cortaria as emissões a tempo, disse a IEA.
A captura de carbono está ainda a dar os primeiros passos — existem cerca de 20 projetos em uso comercial em todo o mundo. Mas, o investimento é cada vez maior: cerca de 20 mil milhões de dólares estão a ser injetados nestes projetos. A Microsoft anunciou um plano climático “moonshot” que envolverá a captura direta de CO2 e a captura e armazenamento de carbono para energia de biomassa, onde lascas de madeira são queimadas e o carbono resultante é injetado em formações rochosas.
Para ler na íntegra no The Guardian
4. Exxon quer aumentar as emissões anuais de CO2 para um valor equivalente a toda a produção da Grécia
Uma análise de documentos internos pela Bloomberg News mostra que a Exxon Mobil Corp. planeia aumentar as suas emissões anuais de CO2 em 17% até 2025, um aumento anual igual ao total de emissões da Grécia.
“Já passou da hora da Exxon Mobil assumir a responsabilidade pelos impactos prejudiciais dos seus produtos de petróleo e gás”, disse um especialista à Bloomberg.
A empresa multinacional de petróleo e gás coloca-se assim contra todos os esforços internacionais para diminuir o ritmo do aquecimento global, diz a Bloomberg News.
O valor de 21 milhões de toneladas adicionais projetado para 2025 são um resultado da estimativa da Exxon para aumentar a produção, vender ativos e esforços para reduzir a poluição com a implantação de energia renovável e o enterro do dióxido de carbono.
Para ler na íntegra em Bloomberg
Por cá: Projeto português financiado pela ESA quer detetar o lixo marinho remotamente
No último mês, de 16 a 25 de setembro, iniciou-se a fase de testes do projeto Spectrometer for Marine Litter, financiado pela Agência Espacial Europeia (ESA), na Ilha do Faial, nos Açores. O objetivo foi testar o potencial da utilização de sensores de imagem hiperespectral para deteção remota de lixo marinho em zonas costeiras e em águas pouco profundas.
Os testes consistiram na aquisição de diferentes tipos de lixo marinho, inseridos a diferentes altitudes (20m-600m) e em condições atmosféricas diversas. Através das análises dos resultados chegou-se à conclusão é possível distinguir o lixo da água, uma vez que têm assinaturas diferentes. Mais ainda, percebeu-se que a assinatura “não varia consideravelmente com a altitude, nem com as condições atmosféricas e é similar aos resultados obtidos pelo mesmo material em ambiente laboratorial”, explica Hugo Silva, investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), num comunicado a que SAPO24 teve acesso.
No futuro, os investigadores esperam que estas tecnologias sejam eficazes na identificação de zonas de “hot-spots” de plásticos flutuantes no mar. “Os próximos passos do projeto passam pelo desenvolvimento de algoritmos de processamento automático para testar e validar se os materiais são detetáveis automaticamente e qual a concentração mínima do material por pixel para este ser detetável”, esclarece Hugo Silva.
Este projeto foi financiado em 200,000€ pelo programa Assessments to Prepare and De-Risk Technology Developments da Agência Espacial Europeia (ESA) e é liderado pelo INESC TEC. Fazem ainda parte do projeto o Centro de I&D Okeanos da Universidade dos Açores, e o AIR Centre. Os testes contaram com o apoio do AEROESPAÇO — Centro de Ciência e do Espaço do Aeroclube de Torres Vedras.
Seleção e edição por Larissa Silva
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