Alberto Núñez Feijóo disse que transmitiu à ministra da Agricultura, Pesca, Alimentação e Meio Ambiente, Isabel García Tejerina, a sua preocupação por Portugal não conseguir apagar os seus incêndios e os fogos com origem em território português estarem a entrar na Galiza.

“Pela primeira vez, vemos como os fogos saltam o rio Minho e incendiavam As Neves, Salvaterra [do Miño], Porriño e outros lugares limítrofes”, afirmou o presidente da Junta da Galiza, citado pela agência espanhola EFE.

O Governo português anunciou hoje que acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos, mas que Espanha não pôde responder ao pedido de ajuda por causa dos incêndios na zona da Galiza.

O Governo espanhol mobilizou hoje 29 meios aéreos e quatro brigadas de reforço para combater os incêndios florestais que afetam a Galiza, Castela e Leão e as Astúrias.

Ao princípio da noite, a Galiza estava a ser afetada por pelo menos 30 incendios, havendo risco para as populações em 11 zonas nas províncias de Lugo, Ourense e Pontevedra.

Além dos incêndios provenientes de Portugal, Alberto Núñez Feijóo disse que a situação complexa que se vive na Galiza se deve a condições climatéricas o “mais adversas possíveis”, com uma “seca continuada, persistente e insistente” e ventos com uma intensidade que aumentou para cerca de quarenta quilómetros por hora devido aos restos do furação Ophelia.

Esta combinação de fatores facilita a propagação dos incêndios e dificulta a sua extinção, disse.

Feijóo referiu a possibilidade de começar a chover na próxima madrugada, ou na terça-feira, mas insistiu que a grande preocupação é o vento.

Por outro lado, o dirigente galego disse também não ter dúvidas da intencionalidade destes fogos, depois de uma madrugada em que surgiram mais de vinte incêndios.

Segundo Feijóo, citado pela EFE, estes fogos são ateados por pessoas que conhecem a zona, já que optaram por queimar parques naturais e zona próximas de ambientes urbanos.

“É gente que sabe o que tem de queimar, como tem de queimar e em que lugares”, lamentou, acrescentando que a prioridade das autoridades é combater os incêndios nas zonas em que possam colocar em risco a população.