As UMICE são constituídas por um psicólogo e um técnico de emergência pré-hospitalar, que procuram dar resposta aos pedidos de apoio e solicitações que têm surgido diariamente, disse à agência Lusa a coordenadora do Centro de Apoio Psicológico e de Intervenção em Crise do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Sónia Cunha.

No terreno, estas unidades, nesta fase que ainda é de emergência, procuram fazer uma triagem dos casos, "avaliação e promoção de estratégias", por forma a minimizar "o desenvolvimento de patologias, como as perturbações de stress que são associadas à vivência de traumas", explicou.

Nesse sentido, todos os casos que são sinalizados são depois referenciados para os níveis de resposta seguinte, nomeadamente "os centros de saúde e as unidades de saúde mental".

Em situações de grandes incêndios, a missão destas unidades "é primeiramente fazer a triagem de reações e das primeiras necessidades".

"Existindo reações intensas ou menos adaptativas, procuramos promover a estabilização emocional, por forma a que as pessoas consigam controlar as suas emoções, sem deixar de as viver e verbalizar, mas de forma controlada e funcional", aclarou Sónia Cunha.

De acordo com a coordenadora, neste tipo de casos a rede de suporte, como os familiares e amigos, é fundamental, funcionando como "primeiro reduto".

"Nestas situações de ameaça da própria vida, de familiares ou da integridade dos bens, há uma maior ativação emocional e uma maior dificuldade em tomar decisões e em serem protetoras delas próprias. O objetivo é ajudar a controlar essas emoções para que as pessoas consigam ser racionais e tomar as decisões", sublinhou".

O incêndio rural, combatido por mais de mil operacionais, deflagrou na sexta-feira à tarde em Monchique, no distrito de Faro, e atingiu também o concelho vizinho de Silves, depois de ter afetado, com menor impacto, os municípios de Portimão (no mesmo distrito) e de Odemira (distrito de Beja).

Hoje de manhã, o incêndio foi dado como dominado.

Há 41 feridos, um dos quais em estado grave.

De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas consumiram cerca de 27 mil hectares. Em 2003, um grande incêndio destruiu cerca de 41 mil hectares nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.

Na terça-feira, ao quinto dia de incêndio, as operações passaram a ter coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil, depois de terem estado sob a gestão do comando distrital.