O presidente da Associação para o Desenvolvimento e Aerodinâmica Industrial (ADAI), Domingos Xavier Viegas, disse aos jornalistas que os trabalhos, na zona da pista de aviação do Coentral, visaram “diferentes objetivos” no âmbito de “alguns dos projetos de investigação” em que a sua equipa está envolvida.
Dos testes efetuados, implicando a realização de queimadas controladas, um deles destinou-se a avaliar “o impacto do fogo em diferentes estruturas e veículos”, como a cabine de uma viatura de combate a incêndios, que ficou intacta à passagem das chamas, após ter sido protegida por uma tela refletora.
Além de refletir o calor, a tela permitiu que a temperatura não aumentasse dentro do habitáculo, impedindo também a sua destruição.
Xavier Viegas, professor da Universidade de Coimbra, salientou que estas experiências no terreno contribuem para aperfeiçoar os equipamentos que é possível utilizar para “segurança e salvaguarda da vida das pessoas”, incluindo bombeiros e outros operacionais.
A ADAI e os parceiros fazem habitualmente estas queimadas experimentais na primavera, “o mais próximo possível das condições do verão”, mas beneficiando ainda das temperaturas baixas e dos níveis de humidade médios desta época do ano, explicou.
Os cerca de 50 investigadores envolvidos nos trabalhos, incluindo dois britânicos ligados a uma empresa e duas representantes da Universidade de Aveiro, estudam igualmente “soluções inteligentes de extinção” dos incêndios e promovem a observação, deteção e mapeamento com auxílio de drones, alguns dos quais sobrevoaram hoje aquela zona da Serra da Lousã durante as queimadas.
A avaliação da meteorologia e do “comportamento de tempestades de fogo” foi outro objetivo das equipas, que contaram com o apoio de uma avioneta do Aeroclube de Torres Vedras.
Participaram nos ensaios elementos dos corpos de bombeiros voluntários de Coimbra, Góis e Castanheira de Pera, bem como uma brigada de sapadores florestais deste concelho do distrito de Leiria.
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