Numa carta aberta, o presidente da LBP, António Nunes, incentiva o presidente da AGIF a divulgar os gastos com meios aéreos, bombeiros e outras entidades.
“Com a informação de que dispõe, não quererá V.Ex.ª publicar o valor total dos custos com o combate aos incêndios florestais, subdividido por meios aéreos, pagamento de despesas aos bombeiros, despesas da UEPS/GNR, do ICNF, das Forças Armadas, dos Sapadores Florestais e outras entidades envolvidas no combate, tal como as despesas assumidas diretamente pelas Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, no ano de 2022?”, observa António Nunes.
O líder da LBP incita ainda Tiago Oliveira a apresentar “o orçamento dessas mesmas despesas para 2023” e “as comparticipações que o Estado atribuiu, nos anos seguintes, às corporações de bombeiros dos 10 municípios mais afetados por áreas ardidas em 2017 e 2022”.
“Com o volume de informação de que dispõe e o orçamento que lhe está afeto anualmente, certamente poderá vir a público dar estas imprescindíveis informações”, diz, referindo que o presidente da AGIF “afirma que os bombeiros ganham com as áreas ardidas”.
“Mas, admitimos que não o faça, porque bem sabemos que os resultados seriam desastrosos para as suas afirmações, que teima em não corrigir (…)”, acrescenta.
Para António Nunes, ficaria “bem demonstrado publicamente” que as associações de humanitárias de bombeiros são “subfinanciadas pelo Estado e que os subsídios anuais que as autarquias atribuem aos seus bombeiros são imprescindíveis para que o país possa ter o seu ‘exército de socorro’ para atender a todas as situações de emergência”.
“Porém, como a esperança é a última a morrer, como diz o povo, pode ser que num gesto de humildade democrática e de ética, nos venha informar sobre os ganhos reais que os corpos de bombeiros têm vindo, ano após ano, a registar com as áreas ardidas em cada município. Ficaremos a aguardar, caro presidente Tiago Oliveira”, conclui.
Em julho, a LBP pediu a demissão do presidente AGIF, alegando uma “quebra irrecuperável de confiança” após este ter dito no que os corpos de bombeiros recebem “em função da área ardida”, considerando o “objetivo perverso”.
O presidente da AGIF sublinhou também que “há municípios a gastar meio milhão de euros, uma barbaridade de dinheiro, nos bombeiros, quando não gastam dinheiro a gerir a floresta”, sendo necessário equilibrar a prevenção e o combate.
Segundo a LBP, após as suspeições lançadas, Tiago Oliveira devia ter vindo a público apresentar desculpas pela “forma caluniosa e inqualificável” como se dirigiu aos bombeiros, pondo em causa a honorabilidade destes profissionais.
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