“Agora ficou esse dever de consciência, porque na altura em que tiver de decidir, lá para meados de 2020, vou ouvir muita gente que me diz: ‘não, é altura de se reformar, está velhinho, estamos cansados dele’; e outros dirão: ‘mas apesar de tudo tem o dever de ficar, porque ainda deve continuar a servir’ e do lado dos que dizem tem o dever de, pelo menos, se recandidatar, depois o povo decidirá se fica ou não, pesará aqui esta opinião, eu não me vou esquecer”, prometeu Marcelo Rebelo de Sousa.

No entanto, o chefe de Estado ressalvou que “não quer dizer que decida nesse sentido”. No entanto, reforçou a promessa de não ficar no esquecimento o pedido do farmacêutico de Lageosa do Dão, no concelho de Tondela, distrito de Viseu, que lhe pediu para se recandidatar.

“Se alguma vez hesitar em avançar para um segundo mandato, acredite que as suas palavras têm impacto na vida das pessoas e das empresas e para mim foram uma segurança para tomar essa decisão”, disse Hugo Ângelo.

Palavras de há um ano em Castanheira da Pera e que o farmacêutico lembrou porque, assumiu, “foram o motor e a segurança da inspiração quando o Presidente disse: ‘não basta reconstruir o que foi destruído, é preciso aproveitar esta oportunidade para irmos mais além, porque não vai haver outra oportunidade, se não for agora não será nunca mais’”.

Estas foram também palavras que “ecoaram na hora da hesitação” de Hugo Ângelo em avançar para uma nova farmácia e que acabaram por o fazer decidir que “de facto havia de transformar a adversidade em oportunidade e partir para um novo local” estando prevista a inauguração da nova farmácia, construída de raiz, em abril do próximo ano.

O Presidente assumiu “a pressão” que o farmacêutico lhe estava a passar e respondeu que “há escolhas que se vão adiando porque não são oportunas ou não fazem sentido e de repente há uma rutura na vida que ninguém quis mas aconteceu e é um momento único e irrepetível para dar o salto e depois há quem dê e há quem não dê”.

Durante pouco mais de uma hora o chefe de Estado percorreu as ruas que ligam a farmácia que ardeu à obra da futura farmácia visitando, pelo meio, as instalações provisórias na Junta de Freguesia de Lageosa do Dão que cedeu o espaço para que a farmácia continuasse ao serviço da população.

Um cumprimento aos bombeiros ali ao lado, uma visita à extensão de saúde do centro de saúde de Tondela que conta com uma única médica permanente, fator que levou um habitante a pedir ao Presidente que ajude a população que “tem falta de médicos e de transportes” na freguesia.

Marcelo Rebelo de Sousa ouviu todos com atenção, distribuiu abraços, beijos e elogios à população e prometeu regressar para a inauguração da Farmácia da Lageosa que está ser erguida com dinheiros próprios, que recebeu do seguro e com o apoio de 194 mil euros do Repor, um programa criado pelo Governo para apoiar as empresas vítimas dos incêndios de 2017.