“Nós não devemos tirar conclusões antes de conhecer os problemas e estudá-los. Já sabemos que, no caso da suposta inflamabilidade das golas, que era um argumento falso e, portanto, vamos retirar a lição", declarou, afirmando ser necessário "um pouco mais de prudência nas restantes questões”, sublinhou o governante.

Falando aos jornalistas em Lisboa, à margem de uma cerimónia de assinatura de protocolos, Santos Silva disse que “durante quatro dias foi massacrada uma pessoa e foi massacrada uma instituição com um argumento que é falso”, referindo-se ao Ministério da Administração Interna e à Proteção Civil.

Santos Silva vincou que esta questão ficou provada através da “investigação que foi pedida a um centro cuja credibilidade ninguém contesta, e que demonstrou justamente que as golas não eram inflamáveis”.

“Os esclarecimentos devidos devem ser procurados e nós não devemos fazer juízos antes de os saber, senão fazemos esta figura”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

“Em relação a tudo o resto que vai saindo a conta-gotas, numa técnica que todos nós conhecemos, vamos aguardar também com razoabilidade, com serenidade, com calma, o esclarecimento das questões, sem condenar antes e sem tirar conclusões antes de estudar as questões”, advogou.

O relatório preliminar pedido pela Proteção Civil ao Centro de Investigação de Incêndios Florestais concluiu que as golas antifumo distribuídas à população não se inflamam quando expostas ao fogo, chegando a furar quando testadas a cerca de 20 centímetros das chamas, mas sem arderem.

Os testes e o relatório do Centro de Investigação de Incêndios Florestais (CIIF), dirigido por Xavier Viegas, foram feitos após as notícias que davam conta de que estas golas eram feitas de material inflamável.

O CIIF refere que o documento “constitui um relatório preliminar muito sucinto, uma vez que não foram ainda analisados muitos dos parâmetros que foram objeto de medição e registo durante os ensaios”.

Estas golas antifumo estão no centro de uma polémica que já levou à demissão do adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, Francisco Ferreira, após ter sido noticiado o seu envolvimento na escolha das empresas para a produção das golas e dos ‘kits’ de emergência para o programa “Aldeias Seguras”.

No sábado, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, mandou abrir um inquérito urgente sobre contratação de material de sensibilização para incêndios, na sequência de notícias sobre golas antifumo com material inflamável distribuídas no âmbito do programa "Aldeias Seguras".

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