Segundo a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar, num ponto de situação às 19:00, das 11 ocorrências "em curso" no país assumiam "especial relevância" os incêndios em Mação (distrito de Santarém), Gavião (Portalegre), Vieira do Minho (Braga) e Gouveia (Guarda).
Os meios operacionais concentravam-se principalmente no combate às chamas nos sinistros de Mação, com 778 operacionais, 228 viaturas e oito meios aéreos, e de Gavião, com 324 efetivos, 107 veículos e cinco aeronaves.
De acordo com Patrícia Gaspar, os meios aéreos empenhados nestes dois incêndios "têm tido uma gestão de alguma forma integrada", em função das necessidades operacionais e a relativa proximidade destes fogos.
O incêndio de Mação registou alguma "acalmia" durante a manhã, mas durante a tarde atingiu “um comportamento muito extremo, com índices de propagação elevadíssimos”, atingindo zonas com diversas povoações, designadamente Murteira, Aboboreira, Ortiga, Vale da Abelha, Rosmaninhal e Ventosa.
As projeções que passaram para sul, para o concelho de Abrantes, "conseguiram para já ser resolvidas com recurso quer aos bombeiros, quer às equipas de sapadores florestais", explicou a adjunta da ANPC.
As chamas chegaram a estar dominadas em Gavião, pelas 11:00 da manhã, mas reativaram a partir das 16:00, com “uma evolução muito desfavorável", com "uma frente de incêndio em grande desenvolvimento”, afetando algumas povoações, nomeadamente Torre Cimeira, Torre Fundeira e Cadafaz, adiantou Patrícia Gaspar.
O avanço das chamas obrigou a retirar pessoas de Torre Cimeira e Torre Fundeira, bem como à evacuação da praia fluvial do Alamal, no Gavião, mas a ANPC não dispunha do número de deslocados.
O incêndio no concelho de Vieira do Minho, Braga, mobilizava 36 operacionais, apoiados por nove veículos e dois meios aéreos, apresentando uma "evolução favorável", prevendo-se poder ficar dominado nas próximas horas.
As chamas no concelho de Gouveia, distrito da Guarda, empenhavam 96 efetivos, 27 viaturas e três aeronaves.
Os incêndios ativos obrigaram ao corte da Autoestrada da Beira Interior (A23), entre os nós de Mouriscas e Gardete, da Estrada Nacional (EN) 3, na zona de Mouriscas, da EN118, junto a Gavião, e ainda da linha ferroviária da Beira Baixa, entre Abrantes e Ortiga.
Com um registo desde as 00:00 de hoje de um total de 85 incêndios florestais, a ANPC continua a contar com o apoio de meios espanhóis em território nacional, com 30 grupos de reforço de corpos de bombeiros, assim como com 25 máquinas de rasto (nove militares e 16 civis).
Além dos meios envolvidos do Exército, Marinha e Força Aérea, continua em território nacional um avião marroquino de combate a incêndios e Patrícia Gaspar adiantou que, durante a tarde, se confirmou "a vinda de três helicópteros ‘Super Puma’, da Suíça, que, à partida, poderão começar a operar já no próximo domingo".
A adjunta de operações da ANPC salientou que as previsões meteorológicas apontam para aumento da temperatura e do vento seco durante o fim-de-semana, podendo ultrapassar os 40 graus em alguns pontos das regiões do interior centro e norte do país, e com redução da humidade relativa do ar, mantendo-se ativado o nível de alerta "laranja" para todo o país, até nova avaliação.
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