"Principalmente no último ano e depois de Pedrógão [Grande], e justamente porque Monchique estava sinalizado percebi que não se fez aquilo que se deveria ter feito ao longo dos anos para evitar o que aconteceu", disse o presidente do PSD aos jornalistas durante a visita que fez hoje a este concelho do distrito de Faro.
Rui Rio, o último líder partidário a visitar esta zona afetada pelos incêndios, explicou a razão de ainda não ter ido ao terreno.
"O PSD não se pronuncia com casas a arder nem numa altura em que estão mais empenhados os meios a combater o fogo", disse Rui Rio continuando: “O presidente do PSD não fala mesmo com as casas a arderem, a mata a arder e as pessoas a sofrer. Não fala porque respeita as pessoas e os seus sentimentos e a perda do património”.
Portanto, frisou, “quando está a arder, o PSD não ajuda só se não puder, não faz oposição”.
“Isto pode ser clarinho como água, que é a minha maneira de ser e não muda. Depois das coisas acabarem, ficamos em condições, então sim, de fazer algum balanço e foi isso que o PSD fez pela voz de um vice-presidente”, destacou.
Na opinião do líder social-democrata, os meios de combate ao fogo em Monchique, estiveram em número “como nunca terá havido na história de Portugal”, tendo existido uma completa incapacidade de coordenar e articular o combate ao incêndio e dos meios”.
“Acabaram por haver meios a mais dada a incapacidade de articulação”, sublinhou.
Rui Rio acrescentou que, pelo que ouviu, houve muitas outras coisas que falharam e outras não, nomeadamente no resultado, no que se refere à poupança de vidas humanas, “porque ninguém morreu”.
Contudo, referiu, numa alusão à atuação da Guarda Nacional Republicana, a existência de “alguns abusos no tratamento de pessoas que, na ânsia de não haver essas mortes, o que é positivo, mas com algum exagero e a uma distância muito grande do incêndio e com alguma violência, obrigaram as pessoas a sair de casa”.
“As pessoas têm de ser tratadas com dignidade e respeito”, acentuou.
Quanto às medidas anunciadas pelo Governo para ajudar as populações afetadas pelo fogo, o líder do PSD considerou que “são positivas, porque nenhum Governo anuncia medidas que não são boas, mas a questão que se coloca, é que a partir de agora uma vez anunciadas as medidas, qual a consequência e a atuação no terreno”.
“Vão ou não as pessoas afetadas pelo fogo conseguir ter os apoios de uma forma mais eficaz, mais célere e mais justa, do que aquilo que está a acontecer em relação aos incêndios de 2017”, questionou o líder dos social-democratas, ressalvando que as medidas anunciadas “serão uma parte daquilo que será necessário”.
[Notícia atualizada às 21:28]
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