“Relativamente à questão do incêndio que deflagrou na base logística do INEM, referir que as causas do mesmo estão a ser apuradas pelas entidades competentes, com as quais o INEM se encontra a colaborar”, adiantou o instituto à agência Lusa.

No domingo, a Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Proteção Civil defendeu a demissão imediata do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), considerando que “deixou de ter as condições necessárias para o exercício das funções”.

A Fénix – Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Proteção Civil (ANBAPC) associou-se, assim, a pedidos semelhantes feitos pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar e pela Associação Nacional dos Técnicos de Emergência, na sequência de um incêndio na base logística do INEM, no sábado.

O fogo provocou danos materiais em quatro viaturas particulares de trabalhadores, numa Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) e numa tenda com material de suporte à atividade.

Segundo a ANBAPC, “a cadeia de socorro tem falhas inaceitáveis, com tempos de resposta inaceitáveis, sobretudo nas regiões mais desfavorecidas”.

Na resposta enviada à Lusa, o INEM assegurou que, em 2021, para 90% dos pedidos de socorro, o tempo de resposta em zonas rurais é inferior a 30 minutos, contados desde o acionamento do meio até à chegada ao local.

Para o mesmo indicador em áreas urbanas, o tempo de resposta inferior a 15 minutos situa-se nos 72%, adiantou ainda o INE, ao salientar que estes valores “estão em linha com os resultados obtidos em outros sistemas de emergência médica de países como Espanha e Reino Unido”.

O INEM referiu ainda que nas normas de boas práticas em trauma, do Grupo de Trabalho de Trauma e Competência em Emergência Médica da Ordem dos Médicos, encontram-se definidos os tempos de socorro para a emergência médica pré-hospitalar, que são de menos de 15 minutos em áreas urbanas e menos de 30 em áreas remotas.

Segundo a mesma fonte, o INEM tem em funcionamento um sistema de triagem que permite “avaliar rapidamente a situação das vítimas de forma a estabelecer prioridades no acionamento dos meios de emergência médica”, dando resposta mais célere às situações verdadeiramente urgentes.

Em relação à formação, o INEM considerou que as suas práticas guiam-se por parâmetros internacionalmente definidos, designadamente pelo European Ressuscitation Council, e que o processo de formação em emergência médica encontra-se certificado desde 2010, de acordo com a Norma ISO 9001:2015 e faz parte do Sistema de Gestão da Qualidade do instituto.