“Lamentavelmente, nas últimas semanas e no último ano o país tem estado refém de muita instabilidade política, que tem deixado em suspenso as reformas estruturais que não podemos perder oportunidade de fazer”, criticou Inês Sousa Real no discurso de encerramento do nono Congresso do PAN, no qual foi reeleita com larga maioria dos votos dos delegados.

Inês de Sousa Real afirmou que “Portugal tem neste momento uma oportunidade de aceder a fundos comunitários absolutamente estruturantes para o país, para a reforma e transição energética que é preciso ser feita, para promover a economia verde, para garantir uma fiscalidade também ela verde”.

“E, acima de tudo, que garantimos e construímos uma sociedade mais justa e que damos a quem precisa, ao invés de vermos milhões de euros a irem para quem mais polui e quem mais lucra. Isto não é justiça fiscal e não é a sociedade que almejamos construir”, apontou.

Considerando que o Governo tem “faltado às famílias, e isto não pode acontecer”, Sousa Real salientou que “tem de existir vontade política e foco”.

“Não podemos estar perdidos na instabilidade que temos vivido”, defendeu.

Inês de Sousa Real apontou que se vivem "tempos muito desafiantes" e considerou que "neste momento tão complexo e conturbado as causas que formam o ideário do PAN facilmente acabam por ficar esquecidas nas políticas públicas, o que não pode nem deve acontecer", alertando que "o mundo vive já em crise climática", pedindo atenção à aplicação dos fundos para a proteção animal e defendendo que "os direitos humanos não podem ficar para trás".

E salientou que "é fundamental que o país mude urgentemente de paradigma" para um "paradigma PAN", indicando que o partido "tem feito a diferença".

A porta-voz lamentou que "não se tem discutido os problemas do país", estando o foco na "novela, casos e casinhos" em volta da TAP, num momento em que as pessoas "queriam estabilidade política que permitisse debater soluções e reformas estruturais".

A deputada única do PAN considerou também que "o país não precisa de uma obsessão excessiva com o défice, mas de aliviar a carga fiscal das famílias".

Criticando a "ganância dos bancos perante a inflação que tem estado a subir e a afetar as famílias", e a "irresponsabilidade do Banco Central Europeu" (BCE) por aumentar as taxas de juro, provocando "uma asfixia inaceitável", Sousa Real deixou um repto: "Temos de dizer à Europa, ao BCE e ao FMI, que nem pensem em vir prejudicar novamente os portugueses como aconteceu no tempo da 'troika'".

Inês de Sousa Real foi hoje reeleita porta-voz do PAN, no IX Congresso do partido, depois de a sua lista à Comissão Política Nacional ter conseguido mais de 70 por cento dos votos e 20 mandatos. A lista encabeçada pelo ex-deputado Nelson Silva alcançou sete lugares naquele órgão alargado de direção.

O IX Congresso do partido Pessoas-Animais-Natureza decorreu hoje na Escola Básica de Matosinhos, no distrito do Porto.

(Artigo atualizado às 23h01)