“A União Europeia lamenta a decisão injustificada e infundada da Federação da Rússia de expulsar 18 membros da sua delegação”, indicou em comunicado um porta-voz do Alto Representante da União para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell.
A expulsão dos funcionários ocorre após uma medida semelhante tomada por Bruxelas na sequência da invasão militar da Ucrânia embora, nota, os diplomatas em questão exerçam as suas funções “com pleno respeito” pela Convenção de Viena, que rege as relações diplomáticas.
“A decisão das autoridades russas não tem nenhum fundamento, além de que é uma pura medida de represália”, apontou o porta-voz, sublinhando que o caminho escolhido pela Rússia “aprofundará ainda mais o seu isolamento internacional”.
Lembrou, ainda, que a UE continua a apelar à Rússia para que ponha fim à sua agressão à Ucrânia e volte “a respeitar as normas internacionais, adotando um enfoque cooperativo nas suas relações internacionais”.
Os 18 funcionários da representação da UE na Rússia foram declarados ‘persona non grata’ em resposta “às ações pouco amigáveis da União Europeia, e terão de deixar a Rússia em breve”, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
A notificação da expulsão foi entregue ao embaixador da UE na Rússia, Markus Ederer, que foi hoje chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.
“O lado russo chamou a atenção para a responsabilidade da UE pela destruição gradual da arquitetura do diálogo bilateral e da cooperação que tinha sido criada ao longo de décadas”, adiantou ainda o ministério liderado por Serguei Lavrov.
Em 05 de abril, a UE declarou ‘persona no grata’ 19 membros da Missão Permanente da Federação Russa em Bruxelas por realizarem “atividades contrárias” ao seu estatuto diplomático.
De acordo com o portal russo RBC, até agora mais de 420 membros de embaixadas russas foram expulsos de diferentes países, a maioria após o início da invasão da Ucrânia, o número mais alto em mais de 20 anos, uma vez que, entre 2000 e 2021, foram expulsos 418 funcionários de diferentes missões diplomáticas russas.
A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia em 24 de fevereiro, que já matou quase 2.000 civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu enviando armas à Ucrânia e reforçando as sanções económicas e políticas a Moscovo.
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