De acordo com Luís Leite Ramos (PSD), a audição ao antigo administrador do banco público, atualmente detido em Évora por tráfico de influências no âmbito do processo Face Oculta, ocorrerá pelas 14:30 de 14 de junho, uma sexta-feira.
Armando Vara foi nomeado administrador da Caixa Geral de Depósitos em 2006, para a equipa presidida por Carlos Santos Ferreira, tendo depois ambos transitado para o BCP em 2008.
O também ex-ministro Adjunto e da Juventude e Desporto do segundo governo de António Guterres é ainda um dos 28 arguidos da Operação Marquês.
Dos arguidos deste processo, foram já ouvidos na comissão parlamentar de inquérito à CGD Joaquim Barroca e Diogo Gaspar Ferreira.
Na quarta-feira foi dado a conhecer que o ex-primeiro-ministro José Sócrates, também arguido na Operação Marquês, responderá por escrito às questões dos deputados da comissão.
Na Operação Marquês estão também envolvidos Ricardo Salgado, Carlos Santos Silva, Henrique Granadeiro, Zeinal Bava, Bárbara Vara (filha de Armando Vara), Helder Bataglia, Rui Mão de Ferro e Gonçalo Ferreira, empresas do grupo Lena (Lena SGPS, LEC SGPS e LEC SA) e a sociedade Vale do Lobo Resort Turísticos de Luxo.
Para 11 de junho, foram também agendadas as audições de António Vieira Monteiro, ex-administrador da CGD e de Filipe Pinhal, ex-administrador do BCP.
O ex-ministro das Finanças do governo de José Sócrates Fernando Teixeira dos Santos será depoente no dia 18 de junho, terça-feira, pelas 15:00.
Na comissão parlamentar serão ainda ouvidos novamente dois depoentes: Fernando Faria de Oliveira, presidente da CGD entre 2008 e 2010, no dia 18 de junho às 09:00, e José Pedro Cabral dos Santos, antigo responsável pela área das grandes empresas no banco público, no dia anterior, às 15:00.
José Pedro Cabral dos Santos foi mencionado pelo empresário José Berardo como tendo sido o interlocutor do banco público para a concessão de créditos para compra de ações do BCP.
O empresário conhecido por Joe Berardo declarou, em 10 de maio, que "foi a Caixa" que sugeriu os créditos para aquisição de ações no BCP, através de José Pedro Cabral dos Santos.
No entanto, em 24 de abril, Cabral dos Santos já tinha respondido à comissão parlamentar, dizendo que as sociedades na esfera de Berardo não tiveram tratamento diferenciado.
"Que eu conheça, a Metalgest e a Fundação José Berardo nunca tiveram qualquer tipo de privilégio de tratamento na Caixa, muito menos um tratamento à margem das regras", disse na sua audição de 24 de abril.
Por escrito, para além de José Sócrates, responderão à comissão parlamentar Almerindo Marques (ex-administrador da CGD), João Salgueiro (presidente do banco público entre 1996 e 2000) e a comissão de ética do Banco de Portugal.
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