No requerimento, os deputados socialistas pedem que sejam enviados à comissão os estatutos da Associação Coleção Berardo atualmente em vigor, a sucessão de alterações aos estatutos, as atas de todas as Assembleias Gerais e os elementos identificativos da ação judicial de que a associação foi alvo, no que diz respeito à legalidade dos seus Estatutos, bem como da sentença aí proferida.

“O requerimento dos parlamentares socialistas surge na sequência da audição realizada a José Berardo na Comissão Parlamentar de Inquérito, no passado dia 10 de maio, onde foram mencionados diversos documentos com relevância para os trabalhos de Comissão”, refere o Grupo Parlamentar do PS em comunicado.

A ida de Joe Berardo à comissão parlamentar de inquérito à CGD provocou nos últimos dias uma chuva de críticas, desde logo pela forma como se dirigiu aos deputados.

Perante os parlamentares, o empresário madeirense declarou que é "claro" que não tem dívidas, uma vez que as dívidas aos bancos (incluindo o banco público CGD) não são dívidas pessoais, mas de entidades ligadas a si, e que tentou "ajudar os bancos" com a prestação de garantias e que foram estes que sugeriram o investimento em ações do BCP.

Deu ainda a entender que os títulos de participação da Associação Coleção Berardo (a dona das obras de arte) que entregou aos bancos para reforçar as garantias dos empréstimos perderam valor com um aumento de capital em que as entidades financeiras não participaram, aparentemente porque não souberam que existiu.

A várias perguntas dos deputados, Joe Berardo disse ainda que deveriam era ser feitas aos bancos em causa: “Pergunte à Caixa, eles é que me emprestaram o dinheiro”.

Já confrontado com a ideia de que a Caixa “está a custar uma pipa de massa”, respondeu: “A mim, não!”.