Segundo o JN, o Hospital de Santa Maria confirmou que "recebeu o relatório da IGAS sobre a assistência prestada a uma mulher grávida nesta unidade hospitalar e a sua transferência para o Hospital de São Francisco Xavier".

A unidade hospitalar, onde a grávida de 34 anos iniciou o trabalho de parto, diz ainda que "respeitará os trâmites judiciais e não comentará nesta fase as suas conclusões, que, como expresso no documento, foram alvo de devido contraditório nos prazos previstos no processo".

O caso deu-se em 2022, quando uma mulher grávida, que estava a passar férias em Portugal com o marido, entrou no Hospital Santa Maria, em Lisboa, com sensação de falta de ar, taquicardia e cefaleia, tendo sido internada no bloco de partos. A equipa médica de serviço decidiu transferi-la para o Hospital São Francisco Xavier,  por entender ser o mais benéfico para o bebé nascer num local onde poderia ser assistido, o que não era possível no primeiro Hospital, por falta de vagas de neonatologia. Quando foi transferida, a grávida "estava estabilizada" e "nada fazia prever" que entrasse em paragem cardíaca, assegurou o hospital na altura.

Durante o transporte, uma complicação fez com que o bebé nascesse de cesariana já no São Francisco Xavier, tendo sido a mãe internada em coma numa Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), acabando por falecer alguns dias depois.

Segundo a TVI, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde aponta três erros fatais à equipa médica, que na altura o hospital garantiu que estava completa.

Primeiro: o diagnóstico foi bem feito, mas o hospital terá falhado ao não ter provocado de imediato o parto; o segundo erro foi ter optado por enviar a grávida de ambulância para um outro hospital; e o terceiro não ter decidido regressar para o Hospital Santa Maria, assim que se percebeu a gravidade do quadro clínico. "Atenta a factualidade ocorrida logo após 30 segundos do início do transporte e a gravidade do quadro clínico, deveria a equipa ter regressado ao hospital de origem, o que não fez", refere o relatório, citado pela estação televisiva

O caso acabou por ser o detonador para que a ex-ministra da Saúde, Marta Temido, tenha pedido a demissão e saído do Governo.