Luís Faro Ramos, que hoje recebeu em Lisboa o novo diretor do Instituto Cevantes, Luis García Montero, insistiu que o objetivo é reforçar as parcerias com Espanha, tal como com o Brasil, e “fazer cada vez mais ações em comum”.

Exemplo disso é a obra “Camões e Cervantes - Contrastes e Convergências", que reúne ensaios de dois especialistas nestes “expoentes maiores da literatura ibérica e europeia”, Hélder Macedo e Carlos Alvar, e que foi hoje apresentada, tendo sido um projeto pensado ainda com o anterior diretor do Instituto Cervantes, adiantou.

Outro projeto que as duas instituições pretendem concretizar este ano é a preparação de um livro para demonstrar o potencial e o poder das duas línguas, tanto na área da literatura como da economia, ciência e comunicação internacional.

Segundo Luís Faro Ramos, o objetivo é mostrar que “o português e o espanhol que, por si só, já valem muito - o português com mais de 260 milhões de falantes, o espanhol com mais de 300 milhões - se se juntarem e procurarem sinergias valerão ainda mais”.

Do lado português, a equipa vai ser liderada pelo professor e ex-reitor do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) Luís Reto, que já colaborou com outras iniciativas do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, como o novo Atlas da Língua Portuguesa.

Para além de ser “um estudo útil para os que querem aprender estas línguas, é também útil para quem fala português e espanhol e que nem sempre tem a noção da dimensão e potencial que a língua tem”, destacou o responsável do Instituto Camões.

O estudo vai ser desenvolvido no âmbito das comemorações do 5.º centenário da circum-navegação, iniciada por Fernão de Magalhães e completada por Juan Sebastián Elcano.

Questionado sobre as explicações relativas à candidatura portuguesa da rota de Fernão de Magalhães a património da Humanidade que, segundo o jornal ABC, o ministério da Cultura espanhol terá pedido à UNESCO, através do seu embaixador, por alegadamente o Governo português ter ignorado o contributo do império espanhol, considerou que não há qualquer conflitualidade.

“Penso que pelo contrário. Temos dito e continuaremos a dizer que esta circum-navegação foi iniciada pelo navegador português Fernão de Magalhães, ao serviço da coroa espanhola, e foi terminada pelo navegador espanhol Juan Sebastián Elcano. Não há aqui nenhuma conflitualidade”, frisou, acrescentando que a comemoração “deve juntar os dois países: Portugal e Espanha”.

O programa completo das comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação feita pelo navegador português será apresentado esta quinta-feira, em Lisboa.

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