Segundo o Relatório de Análise Preliminar dos Registos das Interrupções da Gravidez (2018-2021), publicado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), "o número total de interrupções de gravidez (IG) e o número de IG realizadas por opção da mulher nas primeiras 10 semanas de gravidez apresentam uma tendência decrescente desde 2011".

"Desde 2011, tem-se registado uma diminuição de IG em números absolutos, assim como, no número de IG por 1.000 nados-vivos. Usando este indicador para comparação internacional é possível dizer que o número de IG por 1.000 nados-vivos, em Portugal, tem estado sempre abaixo da média europeia", é ainda referido.

O relatório mostra ainda que, tal como em anos anteriores, "a maior percentagem de mulheres recorre aos locais para fazer uma IG por iniciativa própria, o que pode revelar maior autonomia e facilitação no acesso".

Desta forma, a"a maioria das IG (67%) nestes dois últimos anos continuou a ser realizada em instituições públicas, o que demonstra uma resposta eficaz dos serviços de saúde, apesar dos constrangimentos causados pela pandemia".

Quanto ao tempo médio de espera, entre a consulta prévia e o momento da realização da interrupção da gravidez, este "manteve-se entre os 6,22 e os 6,42 dias, com uma mediana de 5 dias".

É ainda frisado que, "ao longo dos anos, verifica-se estabilidade em relação à idade gestacional média com que as mulheres fazem a sua interrupção de gravidez, que se mantém nas 7 semanas".

Quem são as mulheres que recorrem a interrupção da gravidez?

De acordo com os dados apresentados, "o grupo etário que realizou maior número absoluto de IG e onde se registou também maior incidência continua a ser o dos 20-24 anos de idade, logo seguido dos 25-29 anos, mantendo-se a tendência decrescente no número de IG realizadas por adolescentes".

Por sua vez, "o número de mulheres não portuguesas que recorre a interrupção da gravidez por opção tem vindo a aumentar ligeiramente, a par do aumento de mulheres estrangeiras que residem em Portugal".

"Relativamente ao grau de instrução, a percentagem de mulheres com grau de instrução superior que recorre à IG é de cerca de 25%, representando também a percentagem de mulheres da sociedade, no seu global, com este grau de instrução", é ainda referido nas conclusões do relatório.