O anúncio foi hoje feito pela missão da ONU no país, a MONUSCO, que aponta que “pelo menos 535 civis foram mortos em quatro ataques”, durante os conflitos étnicos naquela região da RDCongo, entre os dias 16 e 18 de dezembro.
A MONUSCO apontou que a equipa de investigação identificou um total de 59 valas comuns em duas das cidades atacadas, mas “não descarta outros locais”.
As valas comuns foram descobertas por trabalhadores locais da Cruz Vermelha e por membros de famílias que tinham abandonado os locais.
“Além disso, 967 propriedades, incluindo igrejas, escolas e centros de saúde, foram pilhados ou destruídos, e pelo menos 363 barcos foram destruídos”, acrescentou a missão.
No passado dia 16 de janeiro, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) disse que estimava a morte de pelo menos 890 pessoas durante os três dias de conflito entre etnias rivais.
De acordo com um comunicado daquela agência e segundo “fontes credíveis”, os atos de violência registaram-se naquele período em quatro comunidades de Yumbi, na província de Mai-Ndombe.
O ACNUR estimou ainda que 16 mil pessoas tenham abandonado Yumbi e a periferia, incluindo sete mil que terão atravessado a fronteira para a República do Congo.
“É crucial que toda esta violência seja objeto de um inquérito aprofundado e rápido para que os seus autores sejam levados à justiça”, apelou, então, a Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, ex-Presidente chilena.
O Governo da RDCongo reconheceu, na altura, meia centena de mortos após os confrontos entre as etnias Batende e Banunu, na província de Mai-Ndombe.
O conflito entre as etnias aconteceu semanas antes das eleições presidenciais na RDCongo, que já tinham sido adiadas por dois anos, e impossibilitou a participação do eleitorado em Yumbi, visto que a infraestrutura da comissão eleitoral foi um dos edifícios destruídos.
Já em 2009 e 2010, pelo menos 110 mil pessoas, que fugiam de outro conflito interétnico na província do Equador, no noroeste da RDCongo, tinham procurado refúgio no Departamento da Likouala, no extremo norte da vizinha República do Congo.
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