O projeto, divulgado hoje na revista Science Translational Medicine, usa próteses que estimulam nervos no que resta da perna, e permitiu a três pacientes amputados acima do joelho desempenhar melhor tarefas como subir escadas e contornar obstáculos.
As próteses foram criadas por um consórcio europeu baseado no Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, em colaboração com instituições sérvias.
“Mostrámos que não é preciso tanto esforço mental para controlar a perna biónica porque o amputado sente que a prótese faz parte do seu próprio corpo”, afirmou o investigador Stanisha Raspopovic.
Como tinham sensação transmitida por elétrodos aplicados no coto, isso libertou os participantes nos testes de terem que olhar para onde estavam a colocar a prótese, permitindo-lhes até recuperar de situações em que estavam a cair.
“Imagens cerebrais e testes psicofísicos confirmaram que o cérebro é menos solicitado com a perna biónica, libertando mais capacidade mental para completar as várias tarefas com sucesso”, afirmam os investigadores.
A tecnologia usada imita os estímulos elétricos que o sistema nervoso teria recebido se a perna estivesse intacta.
O protótipo tem sete sensores na sola do pé artificial e um codificador no joelho que deteta o ângulo de flexão do pé da prótese, baseando-se nos sinais emitidos pelos sensores.
Os estímulos passam por um algoritmo que transmite os sinais através de elétrodos em contacto com os nervos, especificamente, o nervo tibial, até chegar ao cérebro.
O protótipo ainda não chegou ao mercado, mas a equipa considera que poderá estar disponível em breve, apostando num período experimental maior e com mais voluntários.
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