“A cooperação séria da República Islâmica com a AIEA é um exemplo claro do desejo do Irão de ser transparente nas suas atividades nucleares”, disse Ebrahim Raissi num contacto telefónico com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
“É claro que, no caso de uma abordagem não construtiva por parte da AIEA, não é razoável esperar uma resposta construtiva do Irão. Além disso, ações não construtivas interrompem naturalmente o processo de negociação”, adiantou, segundo um comunicado da presidência.
A AIEA denunciou na terça-feira a falta de cooperação do Irão, que, segundo a agência da ONU, prejudica a sua missão de vigilância do programa nuclear de Teerão, num contexto de impasse das negociações para salvar o acordo internacional com as grandes potências de 2015.
“Desde fevereiro de 2021, as atividades de verificação e vigilância foram seriamente prejudicadas pela decisão do Irão” de restringir as inspeções, indicou a agência.
O relatório será analisado num conselho dos governadores do organismo na próxima semana.
O acordo de Viena de 2015 ofereceu ao Irão um levantamento das sanções ocidentais em troca do seu compromisso de não tentar obter a arma atómica e de uma redução drástica das suas atividades nucleares, a ser fiscalizada pela AIEA.
Quando abandonou o acordo em 2018, Washington restabeleceu severas sanções à República Islâmica e esta em represália tem vindo desde 2019 a romper com a maioria dos seus compromissos no pacto. O Presidente norte-americano, Joe Biden, pretende que o país regresse ao acordo.
As discussões iniciadas em abril em Viena, para tentar salvar o acordo, envolvem o Irão e os restantes cinco Estados signatários do pacto (Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia). Os Estados Unidos participam indiretamente.
No final de agosto, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir Abdollahian, disse que as discussões sobre o nuclear não deverão recomeçar antes de dois a três meses.
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