A Coreia do Norte disse anteriormente que "coisas alienígenas" perto da fronteira com o Sul causaram o surto de Covid no país isolado, uma alegação que Seul rejeitou.

Apesar de uma proibição que entrou em vigor em 2021, ativistas sul-coreanos há anos que voam com balões contendo folhetos de propaganda e dólares americanos pela fronteira, contra a qual Pyongyang protesta há muito tempo.

Na quinta-feira, a irmã de Kim Jong Un, Yo Jong, culpou essas atividades pelo surto de Covid no país, dizendo que eram um "crime contra a humanidade", informou a agência oficial de notícias central da Coreia (KCNA).

Ela disse que muitos países - e a Organização Mundial da Saúde - reconheceram "o perigo de espalhar uma doença infecciosa através do contato com objetos contaminados", segundo o relatório.

"É muito preocupante que a Coreia do Sul esteja a enviar folhetos, dinheiro, folhetos descuidados e itens para a nossa região", disse.

Yo Jong alertou que Pyongyang está a considerar “uma forte resposta de retaliação”, acrescentando que, se os balões continuarem, “responderemos erradicando não apenas o vírus, mas também as autoridades sul-coreanas”.

Seul no mês passado salientou que "não houve casos oficialmente verificados de infecções por Covid por correio ou materiais".

Os comentários de Kim ocorrem quando o seu irmão declarou uma "vitória brilhante" na batalha contra o Covid-19, depois que as autoridades não relataram novos casos do vírus por quase duas semanas.

A Coreia do Norte tem um dos piores sistemas de saúde do mundo, com hospitais mal equipados, poucas unidades de terapia intensiva e nenhum medicamento ou vacina para o tratamento da Covid-19, dizem especialistas.

Até Kim Jong Un aparentemente sofria de Covid, de acordo com os comentários de Yo Jong.

Kim "estava com febre alta durante os dias dessa guerra de quarentena, mas não conseguia deitar-se um momento enquanto pensava nas pessoas pelas quais era responsável", disse sua irmã.