O devastador furacão, que na sexta-feira ocupava a categoria 5 (máxima), perdeu força e passou à categoria 3 na tarde de sábado, depois de passar por Cuba. No entanto, voltou à categoria 4 ao aproximar-se da Florida com ventos de 210 quilómetros por hora. Num comunicado emitido às 11:00 TMG (12:00 em Lisboa), o Centro Nacional de Furacões indicou que o “muro do olho” do furacão – onde os ventos são mais fortes –  tocou a ponta sul do arquipélago das Keys, na Florida.

Não é possível antecipar o real impacto da chegada do Irma à Florida, mas Trump assume que o cenário “é realmente mau”. Todavia, garante, os EUA estão tão preparados quanto possível para isto. Antes, o Presidente reforçou o apelo das autoridades para que as pessoas com ordem de retirada o fizessem imediatamente.

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O furacão Irma, que surgiu no final de agosto na costa africana e chegou quarta-feira às Antilhas, superou o recorde do tufão Haiyan de 2013, nas Filipinas, ao gerar ventos de 295 km/h durante mais de 33 horas.

Pelo menos 25 pessoas morreram com a passagem de Irma: 12 na ilha franco-holandesa de San Martín, 6 nos territórios britânicos de ultramar, 4 nas Ilhas Virgens americanas, 2 em Porto Rico e 1 em Barbuda.

A Cruz Vermelha Internacional informou que o Irma já afetou 1,2 milhão de pessoas, número que pode subir para 26 milhões com o avançar do furacão em direção aos Estados Unidos.

De acordo com cálculos da agência Enki Research, que têm em conta o valor das propriedades em risco de destruição, o Irma poderá ser o furacão mais caro da história, causando perdas de 120 mil milhões de dólares nos Estados Unidos e nas Caraíbas.

Barbuda

O Irma, que na terça-feira foi classificado como um furacão de categoria 5 pelo Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês), atingiu a ilha de Barbuda na quarta-feira com ventos que alcançaram os 295 km/h, deixando um morto.

O primeiro-ministro, Gaston Browne, disse que a ilha ficou "totalmente devastada". "Para aqueles que não acreditam em alterações climáticas, esperamos que mudem de opinião ao ver esses desastres naturais", disse. É de recordar que Donald Trump sempre se mostrou cético no que concerne as alterações climáticas.

Saint Barth, Saint Martin e Anguilla

O furacão varreu a ilha francesa de Saint Barth e depois Saint Martin, que inclui uma parte francesa e outra holandesa. De acordo com o serviço de meteorologia francês Météo France, os ventos alcançaram os 360 km/h. O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, descreveu o desastre como "inimaginável e sem precedentes".

Dez pessoas perderam a vida na zona francesa de San Martin e duas na parte holandesa.

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Os danos são "enormes", com um aeroporto devastado e uma ilha isolada do mundo, segundo o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, que disse que também estavam a ocorrer saques.

Do lado francês, o presidente do conselho territorial, Daniel Gibbs, falou de uma "catástrofe enorme: 95% da ilha de Saint Martin está destruída". O custo dos danos nas Antilhas francesas superará os 200 milhões de euros, segundo uma seguradora pública.

No arquipélago britânico de Anguilla, um homem morreu, vítima do desabamento de uma casa.

Mas o Irma não é a única ameaça. Saint Martin e Saint Barth estavam novamente em alerta máximo face à aproximação do furacão José. No entanto, o 'olho' do furacão mudou este domingo de rumo, evitando um segundo embate em ilhas como Barbuda e outras nas Antilhas Menores. Esperam-se, no entanto, condições próprias de uma tempestade tropical nas Ilhas Virgens britânicas e norte-americanas.

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Ilhas Virgens americanas

Pelo menos quatro pessoas morreram nas Ilhas Virgens americanas depois da passagem do furacão, informou o governador, Kenneth Mapp, e o serviço de emergência.

Porto Rico

O furacão aproximou-se da parte norte de Porto Rico na noite de quarta-feira e na manhã de quinta-feira, com ventos de até 295 km/h, que provocaram cortes no fornecimento de energia elétrica e fortes chuvas.

Pelo menos "duas pessoas morreram", informou à AFP o porta-voz da agência estatal para a gestão de emergências, Carlos Acevedo.

Mais da metade da população de três milhões de habitantes ficou sem eletricidade. O governador, Ricardo Rosselló, ativou a Guarda Nacional e habilitou abrigos para 62.000 pessoas.

República Dominicana

Na quinta-feira, o furacão começou a atingir a República Dominicana, antes de partir rumo ao Haiti, para depois avançar até as ilhas britânicas Turcas e Caicos, segundo os dados do NHC.

Na República Dominicana o furacão obrigou a retirar 19.000 pessoas. No total, 103 casas foram destruídas. Outras 2.135 casas ficaram danificadas, segundo o Centro de Operações de Emergência (COE).

Além disso, as autoridades cortaram o fornecimento de eletricidade em muitas zonas preventivamente.

Haiti

No Haiti a passagem do furacão causou inundações e deixou vários feridos no nordeste do país, informou o serviço de Proteção Civil. O furacão passou um pouco mais ao norte do que o previsto, fazendo com que o impacto no Haiti possa ser menor do que o esperado, um alívio para o país, que é um dos mais pobres do mundo.

Bahamas e Cuba

Irma passou na sexta-feira pelo sudeste das Bahamas e não deixou vítimas ou danos importantes. O poderoso furacão atingiu Cuba pelo arquipélago de Camagüey, situado no norte da Ilha, na madrugada de sábado, com ventos fortes de 260 km/h. Ondas de até sete metros foram registadas na costa norte pelo instituto meteorológico cubano, Insmet, e a província de Havana foi colocada em alerta.

Mais de 1 milhão de pessoas deixaram as suas casas nas zonas vulneráveis do país.

Trajetória prevista

Depois de Cuba, o Irma foi para os EUA, atingindo primeiro a Florida, sendo esperado depois na Geórgia e Carolina do Sul. O diretor da Agência de Gestão de Emergências (Fema), Brock Long, assinalou que o furacão terá um impacto "realmente devastador" quando chegar à costa americana.

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As ilhas conhecidas como Keys, no extremo da Florida, são particularmente vulneráveis ao aumento do nível do mar. "Será extremamente difícil sobreviver para quem estiver nas Keys", advertiu o governador Rick Scott antes da chegada do Irma.

“O nosso estado nunca passou por nada desta magnitude", assumiu Scott, antes de pedir à população que abandonasse a região. "A ameaça de grandes inundações provocadas pelas tempestades nas costas leste e oeste da Florida aumentou", avisou.

Miami Beach, com quase 100.000 habitantes, parecia neste sábado uma "cidade fantasma”, nas palavras do autarca da cidade, Phil Levine. "O vento está a aumentar (...) Miami é propensa às inundações, quando um furacão empurra a água é muito preocupante", acrescentou à data.

Apesar da ameaça ao leste do estado, a região oeste da península da Florida é a que se encontra na trajetória direta do furacão, segundo o NHC. "Este é o pior cenário para a nossa cidade e para a nossa região", afirmou o autarca de Fort Myers, cidade da costa oeste, tentando por outro lado tranquilizar a população: "Estamos preparados".

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Mais de 54.000 moradores já encontraram refúgio em 320 abrigos criados ao longo da Florida, afirmou o governador Scott, que fez um apelo à mobilização. "Precisamos de 1.000 enfermeiras voluntárias para ajudar nos abrigos".

Um terceiro furacão atingiu o oeste do Golfo do México. Katia tocou a terra na sexta-feira à noite no estado mexicano de Veracruz, mas foi rebaixado a tempestade tropical, um pequeno alívio para o país, que sofreu um terremoto de 8,2 graus na quinta-feira à noite, que deixou 61 mortos.

(Notícia atualizada às 12h44)

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