“As IDF abateram um míssil terra-ar que foi lançado do Líbano contra um drone pilotado remotamente pelas IDF”, explicou o exército israelita, numa mensagem divulgada na plataforma Telegram.

O exército de Israel sublinhou que “o drone não sofreu danos e cumpriu a sua missão” e referiu que “o míssil [vindo do Líbano] não atravessou o território israelita”, pelo que “nenhum alerta foi ativado”.

Em resposta ao ataque, de acordo com a nota, as IDF “atacaram a infraestrutura terrorista da organização Hezbollah” com aviões de combate. “Durante o evento, também foi lançado um intercetador” de mísseis, acrescentou o exército.

O Hezbollah prometeu na sexta-feira que iria cumprir a trégua de quatro dias acordada entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, desde que o exército israelita não atacasse o sul do Líbano.

“Aderimos à trégua declarada em Gaza com a condição de Israel não atacar o sul do Líbano”, disse uma porta-voz do grupo, em declarações ao jornal libanês L’Orient-Le Jour.

“Se isso acontecer, certamente não ficaremos de braços cruzados”, ameaçou o porta-voz.

De acordo com informações recolhidas pela agência de notícias estatal libanesa, a NNA, a entrada em vigor, às 07:00 de sexta-feira (05:00 em Lisboa), da trégua acordada entre Israel e o Hamas, trouxe também calma à zona sul do Líbano.

O comandante da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) manifestou preocupação com a “intensificação das trocas de tiros na Linha Azul” durante as últimas semanas, lamentando que os confrontos tenham causado “demasiadas mortes, danos significativos e por colocarem em perigo a subsistência” da população.

“Pedimos aos responsáveis pelas trocas de tiros na Linha Azul [demarcação da fronteira entre Israel e Líbano estabelecida em 2000 pela ONU] que parem este ciclo de violência. Qualquer nova escalada no sul do Líbano poderá ter consequências devastadoras”, disse Aroldo Lázaro, num comunicado.

O espanhol apelou às partes para “reafirmarem o seu compromisso com a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU e a cessação das hostilidades, procurando ao mesmo tempo soluções a longo prazo para abordar as causas subjacentes do conflito”.

O vice-presidente do conselho executivo do Hezbollah, xeque Ali Damush, afirmou na sexta-feira que “o inimigo sionista só aceitou a trégua até ter falhado na sua tentativa de quebrar a resistência, quebrar a vontade do povo de Gaza e de os expulsar da sua terra”.

O Hezbollah, grupo apoiado pelas autoridades iranianas, esteve envolvido em combates com o exército israelita na sequência dos ataques levados a cabo pelo Hamas em 07 de outubro em Israel.

A situação está a suscitar receios de uma expansão do conflito para o Líbano ou para toda a região.