O país está há 16 meses com um Governo de transição e enfrenta atualmente a pandemia do novo coronavírus.
O prazo para Gantz formar um governo estável estava prestes a terminar sem resultados na segunda-feira à noite e, no último momento, o Presidente israelita, Reuven Rivlin, concedeu-lhe mais 48 horas para finalmente se entender com Netanyahu.
Durante a noite, os dois lados deram conta de um “progresso significativo” nas suas negociações para formar um Governo “de unidade nacional e emergência” para enfrentar a pandemia do vírus que infetou mais de 11.000 pessoas, 117 das quais morreram.
Os dois dirigentes passaram as últimas horas a trabalhar com os respetivos negociadores para poderem anunciar a formação de um Governo no último dia da Pessach (a Páscoa judaica), que segundo a tradição assinala o êxodo e a libertação dos hebreus do Egito depois de escapar da escravatura e das 10 pragas que atingiram os egípcios.
Benny Gantz, antigo general e líder da coligação centrista Azul e Branco (cores da bandeira israelita), foi encarregue de formar Governo após as legislativas de 02 de março, as terceiras em menos de um ano e mais uma vez sem resultados conclusivos.
Numa tentativa de ultrapassar o impasse, Gantz candidatou-se e conseguiu a presidência do parlamento, renunciando para já ao seu projeto de se tornar primeiro-ministro e consentindo formar um Governo conduzido por Netanyahu.
Este passo do ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas israelitas ajudou à implosão da sua formação política, cujos dirigentes ficaram estupefactos com o que consideraram um “render de armas” aos seus inimigos políticos.
Formar um Governo implica distribuir pastas e determinar uma linha política a seguir.
Analistas políticos consideram que o primeiro-ministro em funções poderá ser tentado a provocar as quartas legislativas face à avaliação favorável que os israelitas fazem do modo como tem gerido a pandemia.
Uma sondagem divulgada na segunda-feira atribuía ao partido Likud de Netanyahu 40 lugares e um total de 64 deputados com os seus aliados da direita radical e dos partidos ultraortodoxos, ou seja, além do limiar da maioria (61 lugares nos 120 do parlamento) que nenhum líder conseguiu nas três últimas legislativas.
Com a coligação dividida, a equipa de Benny Gantz não obteria mais de 19 lugares, segundo a mesma sondagem.
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