Acompanhado pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, e pelo chefe do Estado-Maior do Exército, o tenente-general Herzi Halevi, Netanyahu visitou a zona fronteiriça com o Líbano, onde continua o fogo cruzado entre Israel e as milícias em território libanês, que provocou hoje à tarde a morte de um civil israelita de 60 anos, vítima de um míssil antitanque.

Num comunicado, o Hezbollah afirmou hoje que elementos do movimento xiita entraram na região numa troca de tiros com forças israelitas, escaramuças que se prolongam quase desde 08 de outubro, um dia depois do início da guerra entre Israel e o Hamas, o que provocou um aumento da tensão e a abertura de uma nova frente na fronteira com o Líbano.

“Se o Hezbollah decidir iniciar uma guerra total, acabará por transformar Beirute e o sul do Líbano, não muito longe daqui, em Gaza e Khan Younis”, afirmou, num comunicado, Netanyahu, depois de avaliar a situação no comando norte.

Netanyahu acrescentou que a vontade de Israel é “restaurar a segurança” na fronteira norte com o Líbano e pediu aos inimigos de Israel “que tenham cuidado e que prestem atenção”.

Israel também bombardeou hoje território libanês a partir de terra e do ar, depois de vários projéteis terem sido disparados do Líbano e atribuídos ao Hezbollah, no âmbito das hostilidades que decorrem há quase dois meses.

Trata-se do maior aumento das tensões desde a guerra de 2006 entre Israel e o grupo xiita libanês.

Até agora, e no âmbito das atuais tensões, foram mortas cerca de 123 pessoas: 11 em Israel – sete soldados e quatro civis – e pelo menos 112 no Líbano, incluindo 81 membros do Hezbollah, 12 membros das milícias palestinianas, dois soldados e 17 civis, incluindo três jornalistas e três crianças.

Israel retirou mais de 60.000 pessoas de comunidades no norte do país, enquanto a vaga de violência forçou a deslocação de cerca de 55.000 pessoas no Líbano.

Na quarta-feira, o ministro da Defesa israelita afirmou que Israel vai tomar medidas contra o Hezbollah no Líbano, ao mesmo tempo que abranda a sua ofensiva em Gaza, para travar as incursões do movimento xiita na fronteira e evitar ataques à queima-roupa como os que se têm verificado.