A campanha foi condicionada pela pandemia de covid-19, e feita sobretudo por videoconferência e nas redes sociais, dominada pela campanha de vacinação contra o novo coronavírus e pela competição entre os grupos a favor e contra Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro cessante.

Vários analistas concordam que a mais longa crise política em Israel, ajudada pelo julgamento em curso de Netanyahu por corrupção, tem esbatido as diferenças ideológicas e acentuado o aspeto de referendo do escrutínio em relação ao chefe do Governo mais perene do Estado hebreu.

As sondagens, que mantêm uma incógnita quanto à taxa de participação dos cerca de 6,5 milhões de eleitores, atribuem ao Likud (direita), entre 27 e 30 lugares dos 120 do Knesset (parlamento), em primeiro lugar, mas sem votos suficientes juntamente com os seus aliados para conseguir a maioria (61 deputados) necessária.

Nas três últimas legislativas em Israel, em abril e setembro de 2019 e março de 2020, Netanyahu enfrentou principalmente um e o mesmo rival, o ex-chefe das Forças Armadas e líder da coligação centrista Azul e Branco, Benny Gantz. Após três duelos sem vencedor, os dois formaram em maio de 2020 um Governo de união para enfrentar a pandemia, que caiu em dezembro.

A coligação Azul e Branco luta por votos suficientes para entrar no parlamento e Netanyahu tem como principais adversários o líder da oposição Yair Lapid, do centrista Yesh Atid, e dois candidatos de direita: Gideon Saar, ex-Likud, que formou o partido Nova Esperança, e o líder do partido de extrema-direita Yamina, Naftali Bennett.

Segundo as sondagens, os partidos pró-Netanyahu (Likud e partidos religiosos) e os anti-Netanyahu (esquerda, centro e uma parte da direita) podem conseguir apoio suficiente para formar um governo. Naftali Bennett, que não se posicionou, poderá permitir um desempate ou os israelitas terão de voltar às urnas pela quinta vez ainda este ano.