"Foi com natural satisfação que a IURD tomou conhecimento do teor do despacho do Ministério Público. Como facilmente se depreenderá, a satisfação sentida não se prende com o mero critério formal e jurídico da prescrição, mas sim pelo facto de as alegações dos progenitores terem sido desmentidas pela investigação levada a cabo pelo Ministério Público", refere uma nota enviada à agência Lusa.
O inquérito foi aberto no final de 2017 na sequência de uma reportagem da estação televisiva TVI que denunciava a alegada existência de uma rede ilegal de adoção de crianças no Lar Universal da IURD, tendo agora o Ministério Público dado como prescritos os crimes em investigação.
A reportagem "O segredo dos Deuses", acrescenta a nota, "causou um impacto profundo na sociedade" e diversas personalidades da área da cultura, música, cinema, bem como da área judicial, religiosa, entre outras, sem terem tido acesso ao que na realidade se passou comentaram publicamente o caso, censurando a IURD.
Apesar da prescrição dos alegados crimes, segundo noticiou o semanário Expresso, o procurador revelou que as alegações dos pais biológicos foram desmentidas pela investigação, nomeadamente pelas perícias da Polícia Judiciária às assinaturas de duas mães de crianças adotadas.
As mulheres garantiram à TVI nunca ter assinado qualquer documento relacionado com a adoção dos filhos, o que afinal fizeram.
Segundo o Expresso, o magistrado do MP referiu que “foi igualmente desmentido por parte das restantes diligências de prova” que um pai, que aparecia na reportagem, “desconhecia que a filha tivesse sido entregue” a um bispo da IURD.
De acordo com o MP, ao longo dos anos, desde o acolhimento dos menores no Lar Universal da IURD ou na Associação Casa de Acolhimento Mão Amiga, “não houve notícia de qualquer pai ou mãe biológica que tivesse junto de qualquer entidade pública apresentado queixa pelo desaparecimento de qualquer criança ou da impossibilidade de aceder a qualquer criança” em qualquer das instituições.
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