Em tom melancólico, na ilha de São Jorge, tendo atrás de si a Fajã dos Vimes, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "o momento de partida - e é uma partida para um regresso já no fim de outubro - é sempre triste, porque é um momento já de saudade".

"Não direi adeus, mas até breve", acrescentou o Presidente, enquanto caía uma chuva ligeira, antes de regressar a Lisboa, com escala na base das Lajes, na Terceira.

Nestes seis dias, o chefe de Estado teve sempre ao seu lado o presidente do Governo Regional, o socialista Vasco Cordeiro, que no final apontou como "um aliado de peso dos Açores".

Por sua vez, ainda no início da visita, o Presidente da República augurou "30 anos de futuro político" a Vasco Cordeiro, que chefia o executivo açoriano desde 2012, e está com 44 anos.

Nesta primeira visita alargada à Região Autónoma dos Açores, Marcelo Rebelo de Sousa percorreu sete das nove ilhas do arquipélago - as duas do grupo oriental, Corvo e Flores, e as cinco do grupo central, Terceira, Pico, Graciosa, Faial e São Jorge - e todos os seus doze concelhos.

Simbolicamente, quis começar pela ilha mais pequena e menos povoada. "Comecei por aqui, pelo Corvo, porque tinha a noção de que era preciso dar um sinal de que onde é mais longe, onde parece ser mais difícil de chegar, é onde se deve ir primeiro", justificou.

Foi também no Corvo que Marcelo Rebelo de Sousa se juntou a um coro de crianças da escola local e entoou o hino não oficial dos Açores, composto por Manuel Medeiros Ferreira, que tem como refrão: "Por isso é que eu sou das ilhas de bruma, onde as gaivotas vão beijar a terra".

Nesta deslocação aos Açores, o Presidente visitou a base das Lajes, encontrou-se com velhos baleeiros, nas Lajes do Pico, almoçou as tradicionais sopas do Espírito Santo, e também teve uma refeição preparada por pescadores da Graciosa.

Marcelo Rebelo de Sousa pisou a terra mais nova de Portugal, originada pela erupção de há 60 anos do Vulcão dos Capelinhos, no Faial, tomou um banho de mar, nas Flores, e dessa ilha avistou o ponto mais ocidental do país, o ilhéu de Monchique.

Só faltou a subida ao ponto mais alto de Portugal, a montanha do Pico, com 2351 metros, que deixou "para uma próxima vez".

O chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas viajou num avião militar C295, que fez nove voos entre quinta-feira e hoje, até ao regresso a Lisboa, mas foi forçado pelo tempo instável do Atlântico a fazer de barco a ligação entre Pico e Faial, o que deixou feliz: "Isto é a insularidade vivida".

No plano político, reuniu-se logo à chegada com Vasco Cordeiro, presidiu à sessão solene do Dia da Região, na Assembleia Legislativa Regional, e fez questão de ter encontros com cada um dos seis partidos representados no parlamento açoriano - embora já tivesse recebido antes, no Pico, Duarte Freitas, presidente do PSD/Açores, o maior partido da oposição.

O Presidente evitou cerimónias formais nos municípios, por causa das eleições autárquicas deste ano, e manteve-se fora do debate sobre a eventual extinção da figura do Representante da República, mas agradeceu ao atual titular do cargo, Pedro Catarino, a sua colaboração para esta visita e a disponibilidade para o exercício de funções públicas.

À chegada, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que vinha "saudar um povo" e "mostrar que o Presidente da República é o Presidente de todos os portugueses, mas é, além disso, o Presidente de cada um dos portugueses".

Durante um passeio a pé, no Faial, adiantou que tinha igualmente como objetivo a "criação de empatias" com os protagonistas políticos regionais, que "não conhecia bem".

De fora desta visita ficaram somente as duas ilhas do grupo oriental, São Miguel e Santa Maria, que Marcelo Rebelo de Sousa combinou visitar no final de outubro.

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