De acordo com os dados do Gun Violence Archive, que regista diariamente todos os incidentes com armas, houve já 231 tiroteios em massa nos EUA em 2022. Define-se por “tiroteio em massa” (“mass shooting”) o incidente onde são baleadas e/ou mortas quatro ou mais pessoas — não contando com o autor.
Segundo o Washington Post, que apresentou a nível gráfico a dimensão do problema, o tiroteio que aconteceu em Tulsa, no Oklahoma, e vitimou cinco pessoas foi o 20.º desde o massacre na escola primária em Uvalde — que vitimou 21 pessoas e feriu 17 —, no Texas. Ou seja, duas dezenas no espaço de uma semana.
Estando nós no 154.º dia do ano, a contabilização de 231 tiroteios em massa significa que têm acontecido a um ritmo de mais do um por dia — em média, pelo menos quatro por semana. O saldo é este: 256 mortos e 1010 feridos.
Outro dado importante é que este número tem vindo em crescendo — e nem a pandemia abrandou o fenómeno. Foram registados 417 tiroteios em massa em 2019, subindo para 611 em 2020 e para 700 em 2021.
Estes dados, registe-se, não incluem o mais recente incidente reportado esta quinta-feira, quando cinco pessoas ficaram feridas devido ao ataque de um homem que abriu fogo num cemitério no Wisconsin, durante o enterro de um homem morto pela polícia dias antes.
No mesmo dia, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu ao Congresso para agir no controlo de armas de fogo e proibir a venda de armas de assalto a particulares, na sequência dos tiroteios em massa no país.
“Meus compatriotas americanos, chega. É o momento de cada um de nós fazer a sua parte”, afirmou o chefe de Estado durante um discurso na Casa Branca, em Washington.
Joe Biden criticou ainda a indústria de armas. “Devemos revogar o escudo de responsabilidade que muitas vezes protege os fabricantes de armas de serem processados pela morte e destruição provocadas pelas suas armas. São a única indústria neste país que tem esse tipo de imunidade”, disse.
Biden pediu também ao Congresso para agir no controlo de armas de fogo e proibir a venda de armas de assalto a particulares, realçando que é “tempo de o Senado fazer alguma coisa” e sublinhando que os políticos não podem “voltar a falhar ao povo americano”.
“Quanta mais carnificina estamos dispostos a aceitar?”, questionou o chefe de Estado norte-americano.
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