O cancro, por vezes, significa o fim. Para Arthur Sadoun, contudo, foi o início de um projeto que se quer de impacto mundial.
O CEO da Publicis Groupe, uma das maiores agências de publicidade do mundo, teve de retirar um pequeno tumor do pescoço em 2022, implicando isso rádio e quimioterapia. Por isso mesmo, conta à CNN internacional, reuniu trabalhadores, clientes e acionistas para lhes explicar o que isso implicaria nas suas rotinas.
Apesar de ter medo de revelar a sua situação clínica, temendo ser visto como fraco ou fragilizado, a resposta dos demais foi muito positiva. No entanto, o que o marcou foram os testemunhos das pessoas que lhe confessaram ter escondido situações clínicas de cancro perante os seus empregadores por medo de despedimento, chegando a tirar dias de férias para fazer tratamentos ou marcá-los para horas impróprias de forma a não afetar a rotina laboral.
Abalado por estas revelações, Sadoun iniciou a petição “#WorkingWithCancer” (“#ATrabalharComCancro”, em português), tendo como missão acabar com o estigma de trabalhar enquanto se enfrenta um cancro.
Apresentada esta terça-feira no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça, a iniciativa já conta com o apoio de gigantes multinacionais como a Disney, a Google, a L’Oréal, a Meta, a Microsoft, a Nestlé, a Toyota, a cadeia de restaurantes McDonald's ou os hotéis Marriott.
Ao subscrever esta petição, as empresas comprometem-se assim a “abolir o medo e insegurança presentes no trabalho para pessoas que sofrem de cancro”, além de terem de comunicar quais os benefícios disponíveis para trabalhadores nestas condições ou que tenham um familiar com cancro.
Citando um estudo da ONG Cancer@Work, a iniciativa adianta que 50% dos doentes com cancro têm medo de revelá-lo aos seus empregadores. Sadoun espera que esta percentagem diminua, apelando às grandes empresas que adiram à petição para que outras mais pequenas sigam o exemplo.
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