Corbyn disse que esta é uma “situação realmente séria e sem precedentes” e que “o Governo perdeu o controlo dos acontecimentos e está num caos total”, vincando que a perspetiva de uma derrota do acordo no parlamento existia há várias semanas e que é necessário construir um consenso entre os deputados antes de voltar a Bruxelas.

“Não faz sentido nenhum que esta primeira-ministra volte a trazer o mesmo acordo que claramente não tem o apoio desta Câmara”, argumentou.

A primeira-ministra britânica anunciou hoje na Câmara dos Comuns o adiamento da votação do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) devido ao risco de derrota por uma “margem significativa”.

“Escutei com muita atenção o que se disse nesta câmara e fora”, afirmou Theresa May, apontando para o elevado número de objeções à solução para a Irlanda do Norte.

A declaração foi feita naquele que deveria ser o quarto de cinco dias de debate que deveriam culminar numa votação na terça-feira sobre o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia e a declaração sobre as relações futuras entre as partes.

O processo do Brexit levou a primeira-ministra britânica a falar ao durante o fim de semana com vários líderes europeus, incluindo o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, que hoje recusou a possibilidade de renegociar o ponto específico em causa.

“Não é possível reabrir qualquer aspeto do acordo sem reabrir todos os aspetos”, afirmou hoje, alegando que o Governo irlandês “já ofereceu muitas concessões”, antecipando um possível pedido de May para renegociar o texto na quinta-feira a Bruxelas, onde se realiza uma reunião do Conselho Europeu de dois dias, e que inicialmente não tinha o Brexit na agenda.