Jerónimo de Sousa falava no encerramento de um encontro sobre micro, pequenos e médios empresários, promovido pelo partido, quando acusou o Governo de “travar políticas que contribuam para a dinamização da economia e do mercado interno”, deixando “intocáveis os privilégios do grande capital”.
“Insistir na submissão ao Euro e às imposições da União Europeia como fazem PS, PSD e CDS é empurrar o país para a dependência externa, para as desigualdades e injustiças sociais, para a estagnação e recessão económica”, disse Jerónimo de Sousa.
E caracterizou depois o Governo socialista assim: “não é um Governo de esquerda; não desenvolve uma política coerente e consistente de esquerda; não rompeu com a política de direita. O que é visível pela insuficiência das medidas, pelas reticências e mesmo negação das necessárias respostas aos problemas dos trabalhadores, dos reformados, dos Micro, Pequenos e Médios empresários”.
Salientando “o que se conseguiu nos últimos dois anos”, também para as micro, pequenas e médias empresas (MPME), que mostra as potencialidades de uma relação de forças onde PSD e CDS não podem governar e o PS sozinho também não, Jerónimo frisou que entre 2011 e 2014 houve no país mais de 100 mil insolvências e 250 mil empresas tecnicamente falidas.
E foram as MPME que “mais sofreram com a crise”, nas palavras do secretário-geral dos comunistas, que falou depois das conquistas com o atual governo, quando o país e as MPME “respiraram melhor”. Mas avisou: “nós no PCP sabemos que tudo isso é insuficiente, nalguns casos mesmo muito pouco”.
Porque, disse, os obstáculos a uma efetiva mudança de política “evidenciam as limitações da atual fase da vida política, bem patentes nas hesitações, ambiguidades e mesmo oposição do governo PS, a um aprofundamento do caminho e das medidas favoráveis aos MPME”.
É necessária, disse, uma “resposta mais global e eficaz” aos problemas das MPME, a começar por uma “justa reforma fiscal” mas também passando pela baixa dos custos de energia, pelo acesso ao crédito bancário em condições favoráveis, pelo acesso prioritário a fundos comunitários, pela desburocratização, pelo apoio a empresários que tenham de fechar portas.
“É não só necessário, como possível, ir mais longe na resposta a mais de um milhão de pequenos empresários, 99% do tecido empresarial nacional, vetor nuclear da economia do país, fonte de milhares de postos de trabalho e da resposta às necessidades de bens e serviços de qualidade dos portugueses e portuguesas”, disse Jerónimo de Sousa.
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