"A questão central que se coloca neste momento é saber da definição do que se pretende em relação ao direito à saúde. Sabemos que está agendado um encontro do PS com o PSD. O encontro não tem mal em si. Mas, naturalmente, para fugir a esta questão central que nós colocamos", referiu Jerónimo de Sousa um almoço da CDU, na freguesia de Carreço, naquele concelho do Alto Minho.
O fim das taxas moderadoras nos centros de saúde vai ser faseado, não entrando em vigor já em 2020 como previa um projeto de lei do BE aprovado no dia 14 no parlamento, noticiou, no sábado, o semanário Expresso.
De acordo com o jornal, que cita fonte governamental, o executivo deu indicações ao PS para alterar, na especialidade, o diploma do Bloco de Esquerda que previa a eliminação já em 2020 do pagamento das taxas moderadoras nos centros de saúde e em consultas no Serviço Nacional de Saúde.
O líder comunista que, hoje, participou na apresentação do candidato do partido às eleições legislativas pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo, Jorge Machado, disse que alertou o pagamento faseado das taxas moderadoras foi votado pelo PS.
Jerónimo de Sousa reforçou que "os grandes grupos económicos não querem largar um bife de milhões e milhões de euros".
"Eles têm a consciência que utentes há sempre e que dinheiro tem de haver. Por isso jogam nesta área protegida apesar da Constituição dizer o que diz, afirmar o que afirma, exigir o que exige", referiu.
O secretário-geral do PSP disse que "o PS se tivesse força para isso e estivesse sozinho, seria capaz de voltar para trás, de parar um processo de avanços tão importantes na vida dos portugueses".
"Avançar é preciso, andar para trás não. Não podemos permitir que o PS, de mãos livres, possa fazer este processo de retrocesso de que este processo da saúde demonstra", afirmou.
Para Jerónimo de Sousa a "clarificação" da posição do PS "é importante" face "às movimentações do CDS-PP para criar um sistema a duas velocidades".
"Um direito à saúde para os pobrezinhos e a saúde para os que mais têm e mais podem através dos seguros de saúde. O Estado tem a responsabilidade particular que é garantir, como diz a nossa Constituição, que o direito à saúde é um direito universal, geral e gratuito e não um negócio para os grandes ganharem fortunas à custa da saúde dos portugueses", reforçou.
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