Jerónimo de Sousa, num almoço-comício em Montemor-o-Novo, Évora, recusou quaisquer entendimentos formais à partida, tanto a nível autárquico como em futuras eleições legislativas, como a entretanto batizada "geringonça" de 2015, pois "nada é repetível face a situações novas" e os votos dos portugueses serão quem mais ordena.

"Andam para aí inquietos [para saber] se a atual situação é ou não repetível. Há até quem queira extrapolar a situação nacional para o quadro local, ignorando que situações diferentes têm respostas e soluções diferentes. Há até quem, extrapolando para lá do que foi afirmado, queira fixar respostas para hipotéticos cenários futuros", ironizou o líder do PCP.

Para o secretário-geral comunista, "a solução concreta encontrada em 2015 [acordos entre BE, PCP, PEV e o PS], na sua forma e expressão específica, baseada em posições conjuntas que responderam às exigências da situação, 'dificilmente seria repetível'".

"Ora, como se sabe, nada é repetível face a situações novas", suavizou, depois de criticar as teses de quem só conhece "o caminho dos cortes e do empobrecimento" e aquele "jeito do tudo ou nada, do preto ou branco" dos que se põem "a conjeturar sobre o futuro ou a retirar ilações precipitadas para o presente".

O líder comunista comentou "os desafios por parte do PS para um debate nacional, a pensar na viabilização das propostas [de descentralização] que apresentou na Assembleia da República", contrapondo com as iniciativas do PCP de promover "uma efetiva regionalização" até 2019 e a reversão da reforma administrativa das freguesias de PSD/CDS-PP.

"Há por aí quem se mostre incomodado, e faça disso grande espalhafato, porque há quatro décadas a CDU tem a confiança do povo deste concelho... E dizemos mais, mal andaria a população de Montemor-o-Novo e o desenvolvimento do concelho se, por um ano que fosse, o PS viesse a assumir os destinos da gestão do município", anteviu, criticando a gestão socialista no município vizinho de Évora.

Também presentes no evento estiveram as representantes da única candidatura da CDU encabeçada por duas mulheres: Hortênsia Menino (Câmara Municipal) e Vitalina Sofio (Assembleia Municipal). A atual edil ganhou a presidência do município eborense há quatro anos.

Montemor-o-Novo é uma das 11 autarquias que, desde sempre, ou seja, há 40 anos, foram governadas por coletivos de liderança comunista, tal como Almada, Arraiolos, Avis, Castro Verde, Moita, Mora, Palmela, Santiago do Cacém, Seixal e Serpa.

As eleições autárquicas realizam-se a 1 de outubro.

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